sexta-feira, 29 de maio de 2009

Investimentos na região têm de ser aproveitados

Numa altura em que se prepara o início das obras da Auto-estrada e decorre a construção do Túnel do Marão, investigador da UTAD pede maior dinamismo aos órgãos de poder local.

Aproveitar a construção das grandes obras em curso na região para promover o seu desenvolvimento e não esperar que estejam concluídas para se “pensar o futuro”. O repto foi deixado pelo coordenador do Grupo de Estudos Territoriais da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Luís Ramos, durante o fórum “O Futuro é Hoje”. Este encontro serviu também para anunciar o início dos trabalhos do Túnel do Marão e que a Auto-estrada Transmontana (AT) arranca já no próximo mês.
A organização deste debate, que decorreu de 26 a 28 de Maio, esteve a cargo do Núcleo de Engenharia Civil e juntou no painel de discussão os altos quadros das empresas Iberdrola Portugal, EDP, Somague, Soares da Costa e Mota-Engil.
Da apresentação dos projectos das Barragens do Alto Tâmega e do Tua, do Túnel do Marão e AT, os participantes, na sua maioria alunos da academia, puderam retirar vários conhecimentos. Francisco Silva, administrador da Somague, a empresa a quem foi concessionada a construção do Túnel do Marão, referiu que os trabalhos já foram iniciados. A obra permitirá a ligação subterrânea entre os 5665 metros que separam Amarante e Vila Real. Durante os 44 meses de trabalho, cerca de 900 pessoas estarão envolvidas, naquele que representa um investimento de 400 milhões de euros. Este troço será depois ligado à AT entre Vila Real e Bragança. Esta segunda infra-estrutura, igualmente de capital importância para a região, começará os seus trabalhos práticos durante o próximo mês. Esta garantia foi deixada pelo administrador da Soares da Costa, António Fraga, empresa responsável pelos trabalhos. A via estende-se ao longo de 186 quilómetros e tem como concelhos directamente atingidos Amarante, Vila Real, Sabrosa, Murça, Alijó, Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Bragança, num total de cerca de 250 mil pessoas. Já em desenvolvimento está também o complexo hidroeléctrico do Alto Tâmega, que terá a exploração da Iberdrola Portugal.
Estes três exemplos, a que se juntam a construção do Itinerário Complementar 5 e o Itinerário Principal 2, são para Luís Ramos essenciais para região, mas já no “imediato”. Para este investigador, será um erro esperar o fim da construção como factor de desenvolvimento. “Julgo que os presidente das câmaras, as associações empresariais, os grandes responsáveis políticos da região ainda não se aperceberam que este investimento vai arrastar e mexer muito com a região.” Luís Ramos não compreende a “passividade e quase desinteresse dos agentes locais”, naquilo que concerne a mover esforços e aproveitar o dinamismo criado pelas obras em fase de execução. “Será necessária não apenas a mão-de-obra, mas também o fornecimento de refeições, bens e serviços de todo o tipo, como de engenharia ou da própria publicidade. Se a região não se organizar e não estiver preparada para agarrar as oportunidades, passa tudo ao lado”, referiu o coordenador do Grupo de Estudos Territoriais da UTAD. Nestes próximos oito anos, o investimento em novas infra-estruturas rondará os quatro mil milhões de euros. Ainda segundo Luís Ramos, também a administração central não está compreender o interesse deste tipo de obras, sob o ponto de vista do desenvolvimento de outro tipo de actividades, que não a infra-estrutura propriamente dita. Para o investigador, tudo é visto como numa “lógica meramente de mercado”, esquecendo o “desenvolvimento regional”. “Mais do que deixar a estrada ou barragem tem de se alavancar um determinado tipo de dinâmicas para potenciar outro tipo de actividades na região”, reforçou. Outras das preocupações, para as quais é preciso alertar, é a “responsabilidade social das empresas”. “Deixam umas migalhas na região, fazem uns pequenos contratos de serviços, mas não entendem a sua verdadeira responsabilidade, ou seja, o papel que podem ter no desenvolvimento da região”, sublinhou. Para este investigador, as grandes multi-nacionais que vão estar envolvidas nos trabalhos devem usar a sua “competência e conhecimento” para impulsionar as empresas e actividades da região. Para que assim seja, a iniciativa não terá de partir apenas das grandes companhias. Os órgãos de poder, locais e nacionais, deverão, à semelhança do que se faz noutros países, assegurar que o desenvolvimento seja uma realidade. E nunca esperar pela conclusão das obras. “O emprego criado depois da obra concluída é muito pequeno, mas se, durante a construção, empresas em muitos sectores forem ajudadas a crescer e a desenvolver-se, a região vai apresentar um tecido económico muito mais forte e activo no futuro”, acrescentou Luís Ramos.
Frederico Correia in http://www.mensageironoticias.pt/

Famílias do litoral querem povoar interior

Projecto “Novos Povoadores” tem candidatos interessados. Fixação na região poderá ser uma realidade em 2010/11

Habitam maioritariamente no distrito de Lisboa e do Porto e há cerca de três anos que vêm congeminando a ideia de se mudarem para um território de baixa densidade, ou seja, para o interior do país. Bragança é um dos distritos onde gostariam de viver com as suas famílias, embora nem todos tenham aqui raízes familiares ou afectivas. Não possuem qualquer experiência de vivência em meio rural, mas querem aqui implementar projectos de empreendedorismo vocacionados para o mercado regional, nacional e local. É este o retrato que se pode traçar dos 14 agregados familiares que, até ao momento, contactaram os responsáveis do projecto “Novos Povoadores”, um projecto-piloto que inicialmente está apenas a ser aplicado em centros urbanos de fácil acesso, para iniciar o processo de mudança do litoral para o interior. “Novos Povoadores” foi um projecto que surgiu pela mão de três amigos, Frederico Lucas, Alexandre Ferraz e Ana Linhares. O objectivo que os move é defesa de um “novo Portugal”, com maior qualidade de vida, em que seja possível reduzir as assimetrias regionais com vantagens para os “novos residentes” e para os territórios de baixa densidade.
Os mentores acreditam que a principal influência para a localização de pessoas e famílias é o trabalho e, hoje em dia, a globalização permite que a “ruralidade” tenha atractivos competitivos quando comparada com as grandes metrópoles. Os “Novos Povoadores”, para já, estão a procurar estabelecer parcerias com as autarquias locais para avançar com o processo de transição das famílias interessadas que, antes de mais, têm que passar um processo de “selecção”.
Esta selecção, feita primeiramente através de um inquérito, visa apurar o real interesse das famílias na mudança. Depois, é preciso garantir que um dos membros do agregado familiar tenha emprego assegurado na região e que o outro tenha um projecto empreendedor para desenvolver no novo local de residência. É na fase de implementação destes projectos que as autarquias e outras entidades são chamadas a colaborar, até para que o processo de transição seja facilitado ao máximo, permitindo uma boa integração dos “novos povoadores”.
Para já, os promotores desta iniciativa entrevistaram 14 agregados familiares, a maioria dos quais composto por três elementos. Os inquiridos querem aplicar aqui um novo projecto que, para já, não passa de uma “ideia”, embora 33 por cento já tenha iniciado o seu desenvolvimento. Todos os candidatos que pretendem mudar-se para Bragança possuem formação ao nível do ensino superior, pós-graduações, mestrados ou doutoramento. Consideram-se pessoas criativas, com capacidade de gestão e de relações públicas, mas admitem, na sua maioria, poder vir a necessitar de algum tipo de apoio na área das tecnologias de informação ou na área de gestão.
Da parte do município de Bragança há todo o interesse em colaborar com o projecto, até porque se baseia na tentativa de inversão da lógica actual que, no entender do autarca, Jorge Nunes, “promove a concentração de pessoas no litoral”. No entender do edil, a região oferece um leque de oportunidades vasto em áreas ligadas à eco-construção, ao eco-turismo, à eco-energia, bem como nas agro-indústrias associadas aos produtos tradicionais. “Estas áreas são, no meu ponto de vista, as que podem vir a obter condições para absorverem recursos humanos qualificados e, consequentemente, alcançarem objectivos de sustentabilidade nesta que se pretende que seja, cada vez mais, uma eco-região”, apontou. Apesar da maioria dos interessados não possuir experiências de vivência em meio rural ou laços familiares que os prendam ao Nordeste Transmontano, Nunes acredita que a adaptação decorrerá de forma pacífica. O autarca lembra que a cidade de Bragança foi recentemente reconhecida como uma das melhores para se viver a nível do país, atribuindo bons desempenhos a nível de qualidade ambiental, mobilidade, segurança para pessoas e bens e oferta cultural. “Mesmo em áreas em que o concelho de Bragança se encontra abaixo da média nacional, como as acessibilidades e a prestação de cuidados de saúde, dentro de três a quatro anos, as melhorias nestas áreas serão significativas e Bragança será ainda mais atractiva”. A centralidade ibérica e a grande proximidade a cidades espanholas ,como Madrid, Valladolid, León ou Salamanca, é outra das mais-valias apontadas pelo autarca, que classifica a região como “um verdadeiro paraíso no interior do país”. “Todos os que não se identificam com a deficitária qualidade de vida existente no litoral podem ter aqui qualidade de vida e harmonia com a natureza”, apontou.

Vila Real tem 13 famílias interessadas
O distrito de Vila Real poderá também vir a receber o projecto “Novos Povoadores”, se houver interesse por parte das autarquias. Os promotores da iniciativa divulgaram ao Mensageiro que há 13 agregados familiares interessados em fazer a mudança para Vila Real num prazo de um a dois anos ou até mesmo em menos de um ano. Na sua maioria são famílias compostas por três pessoas que habitam maioritariamente no Porto (54 por cento) e em Lisboa. Possuem laços familiares na região e há mais de um ano que pretendem realizar a mudança. Os inquiridos possuem, na sua maioria, habilitações literárias ao nível do ensino superior, consideram-se pessoas criativas e com capacidade de gestão, e pretendem vir a implementar na região projectos ligados à área dos serviços e agricultura.
Numa primeira fase, os promotores dos “Novos Povoadores” pretendem implementar o projecto em municípios mais populosos (com mais de 15 mil habitantes) e com economias mais activas, embora, numa segunda fase, esteja previsto alargar a iniciativa a municípios com menor densidade populacional. Segundo dados dos promotores do projecto, em Portugal, 42 por cento da população vive em cinco por cento do território, e apenas 3,5 por cento da população vive em cidades médias: Coimbra e Braga.
Por Carla Gonçalves, in http://www.mensageironoticias.pt/

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Turistas de Mirandela chegam maioritariamente do litoral

A Câmara Municipal de Mirandela solicitou um estudo, à Escola Superior de Comunicação, Administração e Turismo local, sobre o perfil do visitante, a sua experiência e grau de satisfação nas visitas que efectuaram à cidade. Numa primeira amostragem (ainda provisória) fica bem patente que o grau de satisfação das pessoas é muito elevado e o que mais apreciam é a tranquilidade, a paisagem e a qualidade ambiental. O estudo indica ainda que há um grande fluxo de visitantes, maioritariamente ao fim-de-semana, oriundo de vários pontos do país, principalmente do Litoral (43%), que vêm sobretudo em excursões organizadas. Dos inquiridos, a maioria vem pelos produtos da região, com particular incidência nos enchidos (alheiras) e azeite, para além do artesanato. Um facto que leva o vice-presidente da CMM, António Branco, a considerar que a aposta no crescimento das lojas de produtos regionais, que estão abertos aos fins-de-semana, tem sido uma estratégia de “sucesso”, porque os visitantes têm vindo a aumentar e também é um das principais motivações para a escolha de Mirandela. Isto é, “o urbanismo da cidade contribui para captar as pessoas, mas simultaneamente, a oferta comercial é muito importante.”, Isto, porque as pessoas “não perderiam tanto tempo por cá se não houvesse os produtos regionais, que são uma forte alavanca da economia local”, acrescenta.
A ideia do urbanismo comercial é levar as pessoas a visitarem outros pontos da cidade que não apenas o perímetro de cerca de 500 metros, onde ficam localizadas as lojas de produtos regionais. Uma situação que levou o executivo da câmara a enveredar pela substituição de uma zona comercial, com passagem constante de viaturas, para uma zona pedonal atraente e com animação de rua constante, dinamizando o comércio tradicional de uma forma mais abrangente.
Outras das preocupações do executivo da CMM passa por dar uma nova vida ao centro histórico da cidade, de forma a potenciar outra fileira do turismo. Com essa intenção, já foi apresentada uma candidatura de 10 milhões de euros ao programa de acção para a Regeneração Urbana do Centro Histórico da cidade do Tua. Numa fase posterior, a estimativa de custos, inerentes a esta grande intervenção, situa-se na ordem dos 50 milhões de euros que irá permitir a criação de vários espaços culturais, sociais e lúdicos, precisamente nos sectores onde a cidade apresenta algumas carências que vão ser colmatadas através da valorização de edifícios que se encontram degradados. Há edificações que estavam degradados e agora vão ter novas actividades, como é o caso do edifício da PSP, que “vai ser transformado num núcleo museológico”, refere António Branco. Além disso, também vai ser criado um gabinete de Reabilitação Urbana, para que os privados possam recorrer sempre que necessitarem de apoio jurídico, arquitectónico e mesmo ao nível da arqueologia. Também estão previstas acções para a promoção do comércio e para revitalização de um conjunto de pontos, como é o caso do Palácio dos Távoras, do solar dos Pessanhas, que “são edifícios que estão devolutos e estão incluídos nesta candidatura” acrescenta.
As parcerias para a regeneração urbana obrigam a ter investimentos privados o que, no caso de Mirandela, se traduz em 4 milhões de euros em obras de intervenção física como, por exemplo a criação de uma academia de música em parceria com a Esproarte. O projecto de reabilitação e valorização da zona histórica deverá estar pronto em 2011.
Fernando Pires in http://www.mensageironoticias.pt/

terça-feira, 26 de maio de 2009

Projecto melhora viticultura no Douro

Suvidur é um projecto que envolve entidades portuguesas e espanholas. Pretende efectuar a zonagem e ordenamento da vinha no Douro, bem como a elaboração de um manual de boas práticas em viticultura. O projecto vai ser desenvolvido ao longo dos próximos dois anos e custa cerca de um milhão e cem mil euros. Envolve o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), como chefe de fila, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte, a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o Instituto Tecnológico Agrário de Castela e Leão e a Universidade Politécnica de Madrid.
Paulo Osório, vice-presidente do IVDP, explicou ao JN que estas entidades vão começar por \"agregar e partilhar muita da informação disponível sobre zonagem e cultura da vinha\", tanto na Região Demarcada do Douro como nas Arribes del Duero, do lado espanhol. O objectivo é melhorar a viticultura em ambas as regiões, mas de modo a, em Portugal, \"preservar a paisagem cultural, evolutiva e viva do Alto Douro Vinhateiro\", característica que sustenta o título de Património Mundial atribuído pela Unesco em 2001. Paulo Osório explica ainda que o manual de boas práticas agrícolas que sair do projecto Suvidur \"não vai ser impositivo\". Será colocado à disposição das associações, cooperativas e técnicos, como um \"instrumento de trabalho\", com instruções e recomendações, baseado no \"melhor conhecimento científico disponível\" sobre a sustentabilidade da viticultura de encosta.
Será mais exaustivo que o actual Plano Intermunicipal de Ordenamento do Território do Alto Douro Vinhateiro, que já define \"regras agronómicas de bom senso\", algumas delas \"bastante complicadas\", nota Paulo Osório, porque têm a ver com todos os factores que influem na cultura da vinha. O manual de boas práticas há-de funcionar, por isso, como uma \"cábula\" para os agricultores que vão renovar as suas vinhas. Por exemplo, que castas plantar, em que locais, com que sistemas de armação do terreno e em que sítios, se são patamares de um bardo, micro-patamares ou vinha ao alto. Em suma, o que é preciso fazer para plantar uma vinha, desde o início até ao fim, perseguindo um objectivo final: \"Ter o melhor equilíbrio entre produção e qualidade das uvas, para ter os melhores vinhos do Mundo, sem colidir com a paisagem do Património Mundial\", frisa vice-presidente do IVDP.\"Para além de não colidir deve acrescentar valor à paisagem vinhateira\", opina o chefe da Estrutura da Missão do Douro, Ricardo Magalhães.
Eduardo Pinto in JN, 2009-05-26

Universitários lançam debate sobre impacto da novas barragens e estradas em Trás-os-Montes

Os alunos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) vão promover, entre terça e quinta-feira, um debate sobre o impacto das novas obras públicas no desenvolvimento desta região, para onde está previsto um investimento de 3,8 mil milhões de euros nos próximos anos.
O fórum «O Futuro é hoje», organizado pelos alunos do Núcleo de Engenharia Civil da UTAD, traz a Vila Real, entre outros, António Castro da EDP, Pina Moura da Iberdrola, Pedro Gonçalves, da Soares da Costa, Francisco Silva da Somague e Corte Real Magalhães da Mota-Engil. Estas empresas vão construir, globalmente, o Túnel do Marão e a Auto-Estrada Transmontana, que vão ligar Amarante, Vila Real e Bragança, o Itinerário Complementar 5 (IC5), o Itinerário Principal 2 (IP2), e ainda as barragens do Alto Tâmega, Sabor e Tua.\"Se todas as obras previstas forem construídas, serão investidos 3,8 mil milhões de euros em Trás-os-Montes e Alto Douro num período de cinco a 10 anos\", salientou hoje um dos responsáveis pelo NEC, Rui Guedes. Os universitários querem debater as oportunidades e desafios que as novas obras públicas podem criar para as empresas e recursos humanos da região transmontana.\"Queremos também determinar qual a nossa posição no meio disto tudo e o que poderemos fazer para aproveitarmos esta oportunidade\", afirmou Rui Guedes.
No debate deverão também participar representantes de municípios e empresas transmontanas dos mais diversos sectores, porque, como sustentou o director do Departamento de Engenharias da UTAD, Luís Ramos, estes investimentos vão criar um movimento capaz de reactivar várias áreas de negócios, nomeadamente oficinas de automóveis, empresas de marketing, publicidade, transportes, alojamento e restauração. Referiu, a título de exemplo, que algumas das aldeias da serra do Marão começam já a ser procuradas para alojar alguns dos engenheiros e operários que vão construir o Túnel do Marão. Luís Ramos considera importante que os centros de formação profissional da região direccionem os seus cursos para qualificar a mão-de-obra local de forma a poder dar resposta à procura que vai surgir. \"Só para construir a auto-estrada 24, no troço entre Lamego e Chaves, foram precisos 200 operadores de máquina\", salientou. Luís Ramos referiu que a \"maior parte das obras\" são feitas por subempreitadas, o que, na sua opinião, \"se poderá transformar numa oportunidade para as empresas da região, caso estas se preparem a tempo para obedecer aos requisitos exigidos\". A própria UTAD poderá, segundo Rui Guedes, adaptar os programas extracurriculares dos mais variados cursos e o perfil do licenciado às necessidades do mercado que vão ser geradas com a construção destas infraestruturas rodoviárias e empreendimentos hidroeléctricos. A ideia é também criar ligações com os consórcios para a realização de estágios e disponibilizar os laboratórios universitários.
Lusa, 2009-05-26

Azeite de Trás-os-Montes DOP ficou classificado entre os melhores azeites do mundo

O Azeite de Trás-os-Montes DOP ficou classificado entre os melhores azeites do mundo no Prémio Mario Solinas. O Prémio Mario Solinas é o Prémio à Qualidade promovido pelo Conselho Oleícola Internacional, sendo considerado um dos prémios mais prestigiados em todo o mundo. O produtor Jerónimo Pedro Mendonça de Abreu e Lima da Quinta da Fonte - Vale de Madeiro – Mirandela venceu a categoria Maduro Intenso. Nesta categoria o segundo lugar foi atribuído à CARM- Casa Agrícola Roboredo Madeira, S.A. de Almendra. De destacar ainda o terceiro prémio na Categoria de Maduro Médio de Filipe José de Albuquerque Roboredo Madeira de Vilar de Amargo e a presença como finalista da Ollivus de Fonte Longa – Meda na mesma categoria.

As presentes classificações vêm demonstrar que o Azeite de Trás-os-Montes DOP possui qualidades únicas e diferenciadoras que o podem valorizar significativamente no mercado mundial de azeites de qualidade. De destacar ainda a presença de mais quatro azeites portugueses nas classificações finais, o que demonstra também a necessidade de Portugal apostar cada vez mais na valorização e promoção do Azeite DOP em detrimento do mercado de granel e da produção de azeite sem qualquer identidade nacional.
Os resultados podem ser vistos em http://www.internationaloliveoil.org/COIAdmin/resources/pdf/PRENSA-MS09.pdf

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Desertificação é pior que desemprego em Bragança

Uma delegação sindical encontrou-se na Terça-feira, 19 de Maio, com D. António Montes, Bispo de Bragança-Miranda para abordar as consequências regionais da actual crise mundial. Os sindicalistas \"entregaram-me um memorando sobre a situação aqui na região\" - disse à Agência ECCLESIA D. António Montes. No distrito de Bragança \"não existe um grande problema de desemprego\" porque \"temos pouco emprego\" - realçou o prelado. Nesta matéria \"estamos «melhor» que no litoral e nas grandes cidades\" - admitiu.
Depois de consultar o memorando entregue pela delegação, D. António Montes frisou que a população da diocese (corresponde ao distrito) muito. Por cada cem jovens até aos 14 anos existem 224 idosos. \"A nossa população está a envelhecer drasticamente\" - alerta.No ano dois mil o distrito tinha 147 mil habitantes. Passados 7 anos, o número decresceu para 142 mil. \"Todos os concelho diminuíram a população, excepto Bragança e Mirandela\" - referiu o bispo. E acrescenta: \"mesmo nestes dois concelhos juntos a subida situou-se nas duzentas pessoas\".
Com uma escassez de núcleos industriais, a região sofre com \"a desertificação\" visto que \"obriga as pessoas a saírem de cá\" - afirma o bispo. O tecido laboral desta região distribui-se da seguinte forma: \"nas aldeias as pessoas dedicam-se à agricultura e nas cidades trabalham nos serviços\".Apesar desta situação, a crise vigente também chegou ao nordeste transmontano. \"Os cerca de 50 Centros Sociais e Paroquiais da diocese têm recebido vários pedidos de ajuda\" - lamenta D. António Montes. Em relação às solicitações feitas à Caritas diocesana, o bispo sublinha que as pessoas pedem ajuda essencialmente nas áreas da \"alimentação e renda de casa\".
Agência Ecclesia, 2009-05-22

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Geografia internacionaliza Mirandela

A Festa da Geografia vai levar a Mirandela 5 dos melhores especialistas na matéria a nível mundial. O evento decorre de 21 a 23 de Maio com a participação de 250 alunos de diversas Universidades do País. Com pouco mais de 7 mil euros, a Câmara Municipal de Mirandela organiza uma festa que esgota completamente a capacidade hoteleira da cidade, dada a participação de estudantes, docentes e especialistas de Portugal, Espanha, Suíça, Alemanha e França.
Além de diversas conferências, exposições e lançamentos literários, haverá workshops, mesas redondas, trabalhos de campo e sessões de divulgação de serviços e produtos ligados à Geografia.“As autarquias e os desafios da Agenda para Coesão Territorial”, “Globalização e Localização: Oportunidades para as pequenas cidades em espaços rurais periféricos” e “O papel da Geografia e dos Geógrafos na Sociedade Portuguesa” são alguns dos temas propostos para painéis e conferências.
Outro dos pontos altos será a homenagem a Vitorino Magalhães Godinho, convidado de honra da Festa da Geografia 2009. Trata-se de um dos maiores historiadores portugueses de todos os tempos. Pioneiro das Ciências Sociais em Portugal, é professor catedrático jubilado da Universidade Nova de Lisboa, onde sedimentou grande parte da sua vida académica e científica.
A Festa da Geografia é organizada pela CMM, em parceria com o Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa. Tudo começou há três anos, quando a autarquia decidiu organizar um evento para evocar a memória de Luciano Cordeiro, fundador da Sociedade de Geografia de Lisboa. Mirandelense nascido em 1844, notabilizou-se pela acérrima defesa dos interesses de Portugal em África e ficou célebre pela sua actuação no Congresso de Geografia Colonial, que se realizou em Paris, em 1878, e na Conferência de Berlim, em 1884.
Por João Campos in http://www.jornalnordeste.com/

Ser Transmontano = qualidade certificada

O Bairrismo, quando sinónimo de nacionalismo saudável, é uma virtude agradecida. A par dos meus muitos defeitos – e convictamente os reconheço – presumo ter aquela virtude. Ou seja: sou (ou procuro ser) um Transmontano de fibra. Às vezes apetece-me escrever, denunciar, agredir (pela palavra). Mas ocorre-me logo: é transmontano! Seja pessoa, animal, ou simples produto. E, em tom jocoso, ainda cultivo o «ser transmontano de Barroso», igual a transmontano perfeito.
Já travei muitas polémicas, com gente de vários quadrantes geográficos, sociais e políticos. Nunca cortei relações no trato, porque como um meu «biógrafo», disse: tenho o condão de fazer amigos pela palavra oral, quando os crio pela palavra escrita.
Faço este intróito para confessar aos meus leitores que tenho um enorme orgulho em ter nascido em Trás-os-Montes. E até já um dia escrevi que talvez hoje fosse um parasita se não tivesse nascido na Região em que vim ao mundo e não tivesse, como tantos, que atravessar o mar de todas as barreiras, com que a maior parte dos Transmontanos se confrontam quando nascem e se criam.
Tudo isto para dizer o quê?
Que fiquei muito pesaroso pela morte, em 2 de Maio último, de Raul dos Santos Morais. Nasceu em Izeda, em 1947. Foi quase tudo naquela vila que muito lhe ficou a dever: desde os Bombeiros, a membro da Junta de Freguesia, a arauto de bondade e deste mesmo sentimento do orgulho de ser Transmontano. Também a director do jornal A Sineta que criou e dirigiu, durante 17 anos e do qual saíram 209 edições. Só o vi uma vez mas foi o bastante para o fixar, como uma referência a seguir. Izeda soube reconhecer o muito que fez por ela a ergueu-lhe, com o apoio da Câmara de Bragança, uma Casa de cultura com o seu nome. Foi um socialista como eu penso que seria bom todos fossem: fazer da nossa Terra e das nossas Gentes, o primeiro partido das nossas paixões. Não pude estar no funeral. Mas fica aqui a minha eterna gratidão transmontana e a minha maior admiração intelectual.
Leio na hora em que escrevo esta nota, no Jornal de Matosinhos, que Edgar Carneiro, natural de Chaves e radicado em Espinho, onde sempre leccionou, acaba de completar 96 anos, continuando a colaborar em «Noites de Poesia», programa radiofónico. É pai de um grande e saudoso poeta e Jornalista: Eduardo Guerra Carneiro. E foi irmão de três outros distintos Flavienses: Francisco, Luís e Mário Carneiro. Os três mais novos já partiram. O mais velho ainda cá o temos, felizmente. Todos merecem, como o Francisco, o nome da toponímia.
Manuel António Pereira é filho do talentoso Flaviense Dr. Henrique António Pereira (Vila Nova de Monforte). Também como o Pai se licenciou em História, esteve em Angola e fixou residência na área da Grande Lisboa, onde exerceu, com grande brilhantismo, tal como na escrita sempre o fez, em prosa e verso, o ensino. Semanalmente colabora em diversa imprensa. E há dois anos publicou dois recomendáveis volumes sobre a Feira dos Santos em Chaves. Em Abril último publicou Mosaicos da Minha Saudade - Lisboa, o Fado & Esparsos, onde passeia o seu estilo apurado, a sua sensibilidade humana, o seu amor aos outros que são todos aqueles que na vida, como ele, procuram servir sem se servir. Um benemérito do altruísmo, da gratidão, da solidariedade. Devo-lhe imensas atenções, neste e noutros livros e em jornais. Não nos conhecemos pessoalmente. Bastou-me conhecer seu Pai, um Transmontano e um Português com obra intelectual bastante para ser perpetuado. Chaves deverá registar este tipo de pessoas, cada vez mais raras.
O célebre Padre Fontes, tão conhecido como o melhor presunto do mundo, acaba de ser justiçado como seu nome no núcleo sede do Ecomuseu de Barroso, a inaugurar no próximo dia 9, feriado Municipal de Montalegre. Um verdadeiro acto de justiça para com um dos maiores embaixadores de Barroso.José Dias Baptista, ex-inspector do Ensino e membro activo de uma plêiade de escritores contemporâneos vai apresentar, dia 22, mais um livro, desta vez sobre as Invasões Francesas. Tem já outros, sobre temática diversa, em fila espera. Parabéns!
Bento da Cruz também vai apresentar, nos próximos dias mais um volume dos seus conhecidos Prolegómenos, editoriais de gabarito do seu Correio do Planalto. António Chaves, outro ilustre Barrosão, residente em Lisboa, talvez seu maior confidente e cúmplice naquilo que de bom a solidariedade telúrica comporta, vai ser o apresentador. É da sua autoria o «guião» de um pequeno filme biográfico a apresentar na mesma altura.
Na última semana tive o ensejo de falar de mais três barrosões que nos últimos tempos publicaram obra digna de registo. Esta pujança criativa é consequência do surto da qualidade certificada que a geração que nos precedeu proporcionou a Trás-os-Montes e Alto Douro, a exemplo de outras zonas do interior do país. E isto faz-me confessar que regionalizar, numa altura em que Trás-os-Montes está regionalizada não será a melhor forma de desenvolver. Eu gosto muito do Minho, onde vivo e onde partilhei metade de minha vida. Mas reconheço que Minho e Trás-os-Montes sempre foram e deverão ser apenas leais amigas, como regiões de Entre-Douro e Minho. Mas não na identidade antropológica e etnográfica.
Crónica de Barroso da Fonte in http://www.avozdetrasosmontes.com/

Parques Termais - Pedras Salgadas em Outubro deste ano, Vidago em Março de 2010

São duas boas novidades para o turismo da região. Depois de algum atraso na execução das obras, o Balneário Termal de Pedras Salgadas deverá abrir ao público no início de Outubro, enquanto Vidago abre as portas em Março de 2010. Quanto à primeira intervenção, a Administração da UNICER garante a fruição pública do espaço, que será dotado de uma piscina, a concluir no Verão do próximo ano. Contudo, a população de Pedras Salgadas espera e desespera pela reabertura do Parque Termal, pois sabe que será uma mais-valia comercial para a localidade. O sucessivo atraso na obra do Balneário Termal de Pedras Salgadas foi justificado pelo representante da UNICER, Manuel Marques, que referiu que foram “executados trabalhos que não estavam previstos, mas que era imperiosa a sua execução”. “O edifício, que data de 1875, não suportava as alterações estruturais do projecto. O balneário foi construído em terrenos pouco consistentes, o que nos levou a reforçar todas as fundações. Tudo isto para suportar o edifício com todas as alterações e novas funcionalidades, permitindo assim que a estrutura fique preparada para mais cem anos”. Outra condicionante foi o Inverno rigoroso que não permitiu adiantar todos os trabalhos de restauro.
Agora, a obra está em fase de acabamento e em condições de ser inaugurada em Outubro. O investimento no edifício termal ronda os 4,5 milhões de euros, contra os 2,7 milhões inicialmente previstos. Esta derrapagem teve a ver com as alterações, com os acréscimos de trabalho que houve e com o rigor dos acabamentos.Manuel Marques, confrontado com alguns rumores de que o espaço do Parque poderia “cair” para um resort fechado, garantiu à comunidade que não será assim. “A Unicer tem plena consciência da responsabilidade social que deve assumir perante a comunidade local e a própria região, em que a unidade de Pedras Salgadas está inserida, e compromete-se a dizer que a população será a principal beneficiária com o projecto. As piscinas vão ser de acesso público, bem como o Parque, que terá uma forte componente lúdica, assim como as restantes infra-estruturas que vão contribuir, de forma decisiva, para o desenvolvimento socioeconómico da região”. Seguindo a nova filosofia de “Médico-SPA”, o Parque Termal das Pedras Salgadas pretende competir com outros equipamentos europeus. Aqui, o utente contará com o duche circular, duche vichy, banho turco, sauna, massagens, sala de equipamentos de manutenção, salas de repouso e relaxamento.“Pretendemos que as pessoas não estejam ao monte, haverá um rigoroso serviço de qualidade, numa lógica de cliente/paciente.
Oferecemos um produto diferenciado, que requer serviços qualificados, numa lógica de circulação com conforto. Este novo equipamento pretende ser complementar ao de Chaves”, sublinhou Manuel Marques. Depois da conclusão destas obras, vai iniciar-se a fase de recuperação da zona baixa do Parque, nomeadamente a recuperação do lago e a construção da piscina para uma zona mais conveniente. Com esta medida pretende-se recuperar o ambiente bucólico do parque com os seus barcos de madeira. A piscina será construída na zona dos campos de ténis, terá edifícios de apoio, como balneários e um snack-bar que durante o Inverno poderá também funcionar como bar de animação. Esta obra deverá estar concluída no Verão de 2010.
O campo de mini-golf será também recuperado. O presidente da Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar, Domingos Dias, ficou agradado com a conclusão das obras. “A promessa é que no dia 1 de Julho as obras estejam concluídas e que em finais de Setembro teremos o balneário completo com equipamentos. Eu penso que o balneário vai trazer uma nova dinâmica à terra e vai fazer com que alguns dos investimentos, que já estão previstos no exterior, se concretizem”.
Parque com Hotel ou não?
A eventual alteração dos projectos hoteleiros previstos para o Parque de Pedras Salgadas pela UNICER não está a cair bem na população, nem junto do próprio presidente da Câmara Municipal. O tão badalado Hotel Siza Vieira pode sofrer constrangimentos. Manuel Marques, da UNICER, deixou algumas dúvidas no ar. “Temos de perceber como é que a região se vai posicionar no contexto do turismo e da economia nacional e tentarmos saber se o posicionamento que nós tínhamos pensado há quatro anos atrás, para este parque, está ajustado, se é adequado ou se vale a pena fazer alguma inversão. O pior que nos podia acontecer era construir um hotel de quatro estrelas, abrir portas, e esperar que o mercado reaja. O Hotel Siza Vieira era um Hotel com SPA lúdico, com 100 quartos e com uma piscina interior enorme. Inicialmente não estava previsto recuperar o Grande Hotel. Eu agora coloco a hipótese de virmos a recuperar o Grande Hotel e o Hotel Siza Vieira passar a um conjunto de apartamentos turísticos”. O autarca local, Domingos Dias evidenciou algum desencanto sobre esta mudança. “Fazer promessas e não as cumprir é o pior que podem fazer a Pedras Salgadas, porque as pessoas estão descrentes (com razão), porque sistematicamente foram violentadas com fechos sucessivos de unidades do parque. Agora, nós já tínhamos consciência que o investimento no novo Hotel que se pretendia, ou seja o Hotel Siza Vieira, onde existia o Hotel Avelames, era porventura o investimento mais difícil que a empresa tinha de fazer. Porém, acredito que o Hotel possa vir a ser feito, mas, neste momento, sem fundos comunitários e com as verbas como estão no projecto, compreendo que tenha de ser bem ponderado”.
José Manuel Cardoso in http://www.avozdetrasosmontes.com/

Para elevar os índices demográficos - 135 mil euros para apoiar a natalidade

Sendo, no distrito de Vila Real, o Município que mais paga por mês de subsídio de natalidade, a Câmara de Ribeira de Pena volta a atribuir esta ajuda aos casais, visando desta forma estimular o rejuvenescimento do concelho.
Ao todo serão 135 mil euros distribuídos por 123 famílias, correspondente à terceira tranche deste subsídio que compreende o período de Setembro de 2007 a Março de 2008. Este incentivo ao nascimento é uma medida que já foi adoptada há cerca de três anos pela autarquia, que tem vindo a fazer os pagamentos de forma faseada. O presidente da Câmara Municipal de Ribeira de Pena, Agostinho Pinto, considera esta medida fundamental para estimular a natalidade e contrariar uma tendência de redução dos índices demográficos generalizada nos concelhos do interior. “As autarquias e as instituições têm de promover medidas de fixação da população. Acho que o primeiro passo é precisamente este, traduzido nestas ajudas ao incentivo da própria natalidade. Havendo mais pessoas, há mais progresso e desenvolvimento. Segundo o autarca, estas ajudas pecuniárias representando também “uma ajuda à própria melhoria da qualidade de vida dos agregados contemplados”. Revelando preocupação pela baixa taxa de natalidade do concelho e ciente da importância de uma densidade demográfica consistente para o desenvolvimento do concelho, o município de Ribeira de Pena acabou por instituir este subsídio à natalidade, proporcionando 200 euros mensais a todas a as crianças do concelho nos seus primeiros anos de vida.
JMCardoso in http://www.avozdetrasosmontes.com/

Desenvolvimento da região está nas mãos dos promotores privados

Macedo de Cavaleiros está no bom caminho no que diz respeito ao desenvolvimento e preservação das áreas ambientais. Quem o diz é Duarte Figueiredo, responsável do ICNB (Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade) para as áreas protegidas do Nordeste, que à margem das décimas jornadas sobre a Conservação da Natureza e a Educação Ambiental, que desafiou os investidores privados a apostar em áreas ligadas ao ambiente. “Macedo está no bom caminho. A Câmara de Macedo teve sempre o apoio do ICNB nas estratégias de preservação do valor natural da Albufeira do Azibo e está em consonância com a nossa estratégia de tentar utilizar e rentabilizar os recursos biológicos que existem aqui em Macedo”, sublinhou o responsável.
Duarte Figueiredo defende que é necessário apelar ao investimento privado para que assim se possa rentabilizar e potencializar os valores naturais existentes na região. “Quando se cria um espaço protegido, o objectivo não é criar uma redoma em toda a área protegida e impedir que as pessoas usufruam desse espaço, é exactamente o contrário. É tentarmos conservar os valor naturais que existem nessas áreas, de forma a que eles estejam abertos a todas as pessoas. É preciso investirmos para man­ter uma oferta de qualidade. É importante que o promotor privado tenha consciência do valor que existe aqui, têm que ser eles a avançar”, incentiva o responsável do ICNB.
Duarte Moreno, vice-presidente da autarquia macedense, acredita que o facto de o concelho ter pelo sexto ano consecutivo a bandeira azul, e ter também a bandeira verde da Eco 21 são razões suficientes para colocar Macedo de Cavaleiros no topo da lista de concelhos mais “amigos do ambiente”. “Nós divulgamos o Azibo por todos os meios de comunicação, estamos a fa­zer esse papel e divulgamos também todas as actividades que desenvolvemos, desde os percursos pedestres, ao BTT, à observação das aves e aos cursos de identificação das orquídeas e de cogumelos. Temos uma panóplia de actividades que se fazem no Azibo”, referiu o autarca salientando as actividades possíveis de se fazer naquele que já se tornou o destino de muitos amantes da natureza. Dois dias de Jornadas dedicados ao meio ambiente, preenchidos com seminários que abordaram o ambiente e a biodiversidade, com visitas ao Azibo, ao sítio de Morais e à Serra de Bornes.
Joana Oliveira In http://www.imprensaregional.com.pt/jornal_terra_quente/

90 por cento dos expositores da Reginorde são do concelho de Mirandela

Com um orçamento a rondar os 200 mil euros, este ano a Reginorde volta a ser organizada pela Associação Comercial e Industrial de Mirandela (ACIM) e não pela MIRCOM como vinha a ser hábito nos últimos anos.
Para a XXVI edição a organização decidiu dar preferência aos empresários locais, sendo que 90 por cento dos expositores que vão estar presentes no certame pertencem ao concelho de Mirandela. “Pretendemos acima que a Reginorde se torne num palco de promoção para o tecido empresarial de Mirandela, por isso direccionamo-lo para o comercio tradicional, que ultrapassa uma das maiores crises de sempre”, explica Jorge Morais, presidente da ACIM.
Mirandela é um dos concelhos da região que prima pelo sector alimentar, nomeadamente o sector do fumeiro, que neste momento conseguem ter equilíbrio na empregabilidade. “Apesar da crise conseguem aumentar os recursos humanos, assim como o volume de negócios o que é de louvar. Quanto ao comercio tradicional sabemos que atravessa momentos difíceis. É preciso criar estratégias de cooperação”, salienta Jorge Morais.
José Silvano considera que o modelo que está a ser utilizado na Reginorde, assim como em outras feiras, deve ter o seu finado. O autarca justifica que “há dois ou três anos em todo o distrito a repetir modelos de há trinta anos atrás, pela parte mais negativa. Se há trinta anos tinha mais gente, mais vivacidade mais a participação alguma coisa mudou e as pessoas não se adaptaram. O que mudou foi essencialmente a parte de fazer negocio, de fazer comercio e de promover, existem métodos digitais, de internet por todo o lado que substituem as feiras”, refere José Silvano.Uma das apostas que devem ser tomadas é a investir na promoção local e serem os locais a dinamizarem feiras sectoriais. O autarca sugere mesmo a construção de um novo espaço que albergue várias actividades. “Vamos construir um espaço coberto, digno e moderno e perfeitamente dimensionado para feiras sectoriais de toda a ordem e durante o ano inteiro uma vez por mês haver uma feira sectorial para que ganhe o concelho e ganhem os comerciantes. Penso que o futuro é este”, sublinha José Silvano.
In http://www.imprensaregional.com.pt/jornal_terra_quente/

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Moscatel e frutas fundem-se em apelativos “cocktails”

Os lagares e as pipas de moscatel da Enoteca Douro, em Favaios, no concelho de Alijó, cederam o seu lugar de atracção principal do espaço ao “shaker” e aos “cocktails” de frutas. Numa fusão entre o tradicional e o moderno, o moscatel foi, obviamente, o ingrediente principal...
O “maestro” desta mistura de sabores e aromas foi o barman Paulo Ramos, que preparou vários cocktails com o objectivo de enaltecer as características dos vinhos do Douro, e em especial do moscatel, através da mistura com frutas, legumes e especiarias. Aos aromas a damasco, alperce e acácia, típicos do moscatel, Paulo Ramos juntou diversos produtos como morangos, melancia, meloa, cerejas, amêndoas, nozes, rabanetes, canela, malagueta, noz-moscada, gengibre, tomate-cereja, pimentos ou hortelã. Segundo o barman, o conceito que segue passa por “misturar com lógica, acrescentando sabores que combinam entre si”. Um dos cocktails que fez mais sucesso entre as cerca de 70 pessoas que assistiram à preparação destes cocktails na Enoteca Douro foi uma versão do conhecido “Mojito”, baptizado pelo barman como “Moscatelito”. O rum deu lugar ao moscatel, a que se adicionou lima, hortelã, água gaseificada, gelo e nem faltou uma palhinha. Outra sugestão do barman foi o “Strawberry Moscatel Spicy”, uma mistura de morangos e malagueta, macerados com um pilão, e moscatel.Paulo Ramos acredita que estes “cocktails” podem tornar o moscatel ainda mais atractivo para os turistas, que vão querer experimentá-lo nos seus países. O barman, membro da “Cocktail Academy” e com mais de 20 anos de carreira, já trabalhou em vários países e acredita que o moscatel pode servir de base a “cocktails” em qualquer parte do mundo.O proprietário da Enoteca Douro, Luís Barros, adiantou que, na época das vindimas, vai promover uma semana de iniciativas para dar a conhecer o moscatel, destinada a profissionais da área de todo o país e também estrangeiros. “O objectivo é promover os vinhos do Douro e abrir portas à criação de novos produtos e novos mercados”, afirmou. A Enoteca Douro possui parcerias com vários produtores-engarrafadores e unidades hoteleiras do Douro e conta com 220 produtos em exposição.
Sandra Borges in http://www.noticiasdevilareal.com/

Pensões obrigadas a reconverter-se em hotéis

Nova lei já está em vigor e tem de ser aplicada até 2010. Empresários do sector hoteleiro estão apreensivos e temem que os apoios não cheguem a quem precisa.
Dentro de um ano não haverá na região, nem no país, nenhum tipo de empreendimento turístico com a designação de pensão, residencial, motel, ou albergaria. A nova lei dos empreendimentos turísticos já está em vigor há um ano e o Governo deu aos empresários um prazo: até 2010 todos estes empreendimentos têm de pedir a reconversão e adaptar-se, caso seja necessário, às novas regras de designação, qualificação e funcionamento.
Por lei deixam assim de existir pensões, residenciais, motéis ou albergarias, que passam antes a designarem-se hotéis ou, caso não sigam as novas regras, serão classificados, pelas autarquias, como empreendimentos locais. A entidade regional do Turismo do Porto e Norte de Portugal tem estado no terreno, em reuniões com os técnicos e empresários, para explicar o que vai mudar e como podem ser feitas as alterações. Desde logo têm de ser os empresários a pedir, junto da entidade de Turismo, a reconversão do empreendimento que será feita consoante os requisitos preenchidos.
Na reunião em Bragança, Júlio Meirinhos, do Turismo do Porto e Norte de Portugal, explicou que não haverá unidades encerradas. “Quem não conseguir fazer as alterações necessárias, seguirá o caminho de empreendimento local, que a câmara municipal tem de classificar”. Em causa não está, segundo garantiu, uma “desclassificação” dos actuais empreendimentos turísticos que não consigam a reconversão. No entanto, “há vantagens em reclassificar, mesmo que seja em hotéis de uma ou de duas estrelas”. Júlio Meirinhos apontou ainda que a Europa “já fez esse trabalho há mais tempo” e que Portugal “tem de acompanhar” a qualificação do turismo.
As câmaras “ganham” assim mais competências no sector do turismo, uma vez que caberá aos municípios classificar os empreendimentos locais e garantir que estes cumprem as regras. Uma medida que o presidente da autarquia brigantina considera positiva até porque as novas competências correspondem, no seu entender, a uma situação de maior facilidade de relacionamento das empresas no território.
O Governo lançou ainda sistemas de apoio financeiro que permitirão aos empresários levar a cabo as alterações necessárias à reconversão para hotel. São eles: o sistema de incentivos à inovação; sistema de incentivos à qualificação e internacionalização das pequenas e médias empresas; sistema de incentivos à investigação e desenvolvimento tecnológico; as linhas de crédito Investe III; e o crédito ao investimento no turismo (protocolos bancários). Os empresários do sector podem procurar ajuda no Gabinete de Apoio ao Investidor das delegações do Turismo e candidatar-se e receber três dos apoios simultaneamente. Na sessão de esclarecimento, em Bragança, estiveram presentes pouco mais de duas dezenas de empresários que, no entanto, se mostraram “receosos” face à nova lei.
Conscientes da necessidade de melhorar os equipamentos hoteleiros, os empresários receiam é que os incentivos financeiros não cheguem a quem precise. “Era preciso fazer uma modificação no sentido de melhorar os equipamentos hoteleiros da região e do país, mas é preciso que haja ajudas e que os critérios não dificultem o acesso a esses apoios financeiros”, apontou Domingos Poças, da residencial São Roque. No seu caso particular, dado que a residencial está classificada com três estrelas, o empresário acredita que a reconversão poderá ser feita “sem grandes custos” e que as alterações serão sobretudo ao nível da modernização. No entanto, há sempre custos associados a este processo e Domingos Poças teme que venha a acontecer no sector do turismo o mesmo que aconteceu no sector empresarial: “há ajudas financeiras mas depois se um dos critérios é não ter dívidas, os que estão em maiores dificuldades deixam de poder aceder”, criticou. A nova lei já está em vigor e o prazo de aplicação no terreno é de um ano.

Por Carla Gonçalves, in http://www.mensageironoticias.pt/

Rede de museus no Douro - Museu do Douro lança guia de 35 unidades museológicas

O Museu do Douro lançou um guia que enumera as 35 unidades museológicas existentes neste território e que revelam toda a sua história, desde o vinho, egeologia, à arqueologia e etnografia, anunciou hoje a organização. O livro, que foi coordenado por Natália Fauvrelle, dos serviços de museologia do Museu do Douro, com sede no Peso da Régua, tem como objectivo possibilitar aos turistas fazerem os seus próprios roteiros de descoberta dos diferentes museus do Douro.
Natália Fauvrelle refere na página de apresentação da obra que, pela sua natureza faz parte da missão do Museu do Douro divulgar o «vastíssimo território museológico disperso pela região». «Independentemente da tutela, do tipo de colecção que albergam e do modo como a interpretam, estas estruturas são peças indispensáveis na dinamização cultural das comunidades e na divulgação e preservação da sua memória, devendo por isso ser importantes aliadas do projecto cultural do museu», salienta.
Este trabalho, segundo a responsável, pretende colmatar uma «carência de divulgação» destas unidades junto do público. O livro guia os visitantes pelas mais diversas unidades museológicas do território de âmbito nacional ou regional, de cariz mais científico ou social. A viagem, adianta a autora, pode começar pelo Museu do Douro, «polivalente e polinuclear, vocacionado para reunir, conservar, investigar e divulgar o vastíssimo património museológico e documental disperso pela região». Da Régua o passeio pode passar pela destilaria das Caves de Santa Marta de Penaguião, a casa Agrícola de Cêver, que, segundo a autora, representa «um bom exemplo de quinta de rendimento do Douro». Pode passar ainda pelo Museu de Som e Imagem (Vila Real), constituído por um acervo «do antigo Teatro Avenida», o Museu de Geologia, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, de cariz cientifico, ou pelo Museu do Imaginário Duriense (Tabuaço), que tem como «missão o estudo das mais diversas manifestações do património imaterial herdado (lendas, tradições, cancioneiro e romanceiro)». Um pouco mais acima, o turista pode visitar o Museu Eduardo Tavares, o de Gravura Contemporânea do Douro, o o Ferro, o de Armindo Teixeira Lopes, a Enoteca da Quinta da Avessada ou o Parque Arqueológico do Côa. A obra faz ainda referência às unidades que estão previstas para este território, nomeadamente o Crasto de Palheiros (Murça), o Museu do Pão e do Vinho de Favaios (Alijó) e o Espaço Miguel Torga, em São Martinho de Anta (Sabrosa), que pretende servir de homenagem, de interpretação e divulgação da obra deste escritor transmontano e duriense, ou o Museu do Côa. Para o presidente da Entidade Regional Turismo do Douro, António Martinho, o guia cria «as bases de uma rede de museus, no Douro».

In Lusa, 2009-05-20

Criadores de Trás-os-Montes compram feno e palha em Espanha

Os criadores de gado transmontanos andam com o coração nas mãos e com o credo na boca. Chuva, nem vê-la. Os cereais não desenvolveram. Os lameiros estão quase secos. A solução é comprar feno e palha em Espanha.
Bem diz o ditado que Janeiro frio e molhado enche o celeiro e farta o gado, mas dificilmente os agricultores o poderão levar a sério este ano. É que o primeiro mês teve neve e chuva em abundância, mas nem Fevereiro afogou a mãe no ribeiro, nem Abril trouxe águas mil, tão pouco as águas de Maio prenunciam pão para todo o ano.
Desde meados de Fevereiro que não chove na região e os pingos que têm caído mal conseguem apagar o pó. «O S. Pedro não mija cá pra baixo», atira Adélia Dias, habitante de Santa Justa, em Alfândega da Fé. \"Coitadinhas\" das suas 140 ovelhas, \"canhonas\", como lhes chama. \"Não chove, as comidas são poucas, é só despesa, não sei como vai ser\", lamenta o marido Francisco Anacleto. Mal alimentadas, \"o rendimento do leite das ovelhas foi muito pouco comparado com outros anos\". Lamentos maiores verbaliza-os Rui Tadeu, que no vale da Vilariça, entre Vila Flor e Alfândega da Fé, olha desolado para os 25 hectares de searas que \"pouco ou nada vão dar\". Nas terras de aveia, onde a míngua de água deixou as plantas raras e raquíticas, já deu ordens ao pastor para lá botar a pastar as cerca de 300 cabeças de gado ovino. \"Aproveitar alguma coisa enquanto a aveia está verde, pois grão já não vai dar e depois de seco o gado já não lhe pega\", explica.
Num vale onde o Verão chega a brindar os residentes com 40 e muitos graus de temperatura, a falta de chuva na Primavera não augura nada de bom. Ainda se animou Rui Tadeu quando viu cair chuva no início desta semana. \"Durou meia hora\". O ânimo, como veio também se foi. E assomou-lhe à lembrança o \"dramático\" ano seco de 2005.
Com uma quinta onde tem pecuária biológica, 95% do que ali se produz é para dar ao animais. Este ano, vai ter de comprar o sustento. De Espanha virá o das 50 vacas que Mário Pereira possui na zona de Izeda (Bragança). Vai encomendar \"quatro camiões de palha\", o que lhe vai custar \"cinco mil euros\".
Mário Pereira é presidente da Federação de Agricultura de Trás-os-Montes, que representa mais de mil produtores pecuários. Descapitalizados, os mais deles. Gastaram dinheiro nas sementeiras e agora só não tiram nada como ainda têm de comprar a palha e o feno que a seca lhes negou.
Sopram maus ventos na Terra Quente e no Planalto Mirandês. Neste último, \"as pastagens têm o aspecto que costumam ter no mês de Julho\", diz Fernando Sousa, secretário técnico do Livro Genealógico dos Bovinos de Raça Mirandesa. Os 280 produtores desta raça já estão a ser \"aconselhados a vender os animais mais velhos, pois são os que terão mais dificuldade em suportar períodos de penúria\", salienta o responsável, que não tem dúvidas que \"alguns irão morrer por falta de alimento\".
No distrito de Vila Real \"é no Alto Tâmega onde a preocupação é maior\", diz Armando Carvalho, da Federação das Associações Agro-Florestais Transmontanas. E lembra que para além da seca também há inquietações crescentes com o preço da carne \"que é o mesmo de há 20 anos\". Como se não bastasse, \"os agricultores estão endividados e confrontam-se com custos de produção cada vez maiores\", o que os deixa numa situação \"muito aflitiva\".
Mário Pereira observa que o futuro da pecuária na região vai ter de passar pelo regadio das colheitas que sempre foram de sequeiro. \"Se o Estado quiser continuar a ter agricultura e uma paisagem bonita e limpa nesta região vai ter de investir em regadio e no emparcelamento\", avisa, sustentando que \"se os lameiros tivessem sido regados, os animais não iriam passar pelo mau bocado que se adivinha\".

In JN, 2009-05-16

Sobrevivência das adegas do Douro obriga a redefinir propriedade - Fusão posta em causa

A fusão de adegas na Região Demarcada do Douro não resolve os seus problemas económicos e financeiros. Uma das conclusões do debate sobre a crise cooperativas, realizado, no sábado, em Santa Marta de Penaguião.Muitas daquelas unidades vivem uma situação aflitiva. A maioria luta com passivos elevados, deve várias vindimas aos associados e não consegue ser competitiva num mercado onde, cada vez mais, só as estruturas fortes vingam.A situação tem motivado largos debates ao longo dos últimos anos. A fusão ou concentração das cooperativas têm sido defendidas como as saídas mais viáveis. Maior escala e gestões profissionais permite reduzir custos de produção e ganhar competitividade.
O Governo tem incentivado aquelas soluções, mas João Rebelo, professor catedrático da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, entende que “quer a fusão, quer a profissionalização (que devem ser associadas) não resolvem o problema das adegas”. O economista defende que a solução passa pela “redefinição dos direitos de propriedade e pela mudança do próprio modelo cooperativo”. Isto significa, que “o poder de decisão tenha por base a participação no capital, ao invés do actual modelo que atribui um voto a cada pessoa”.João Rebelo explica que a participação de um viticultor no capital da adega “pode ser proporcional ao volume transaccionado”. E defende que o investimento “seja objecto de remuneração”. Obviamente, esta solução vai permitir que uns viticultores tenham mais poder do que outros na cooperativa, mas seria compensada, pela “atracção de investimento e capital”.
O Governo continua a incentivar a “concentração ou fusão das adegas com mais dificuldades”, como frisou o secretário de Estado da Agricultura, Luís Vieira, que participou, sábado, no seminário organizado pela Associação Cívica Antão de Carvalho. Nesse sentido criou linhas de crédito, com “discriminação positiva” para as cooperativas, seja no processo de concentração propriamente dito, ou na aquisição de equipamentos para modernização das unidades.
Na Região Demarcada do Douro tem sido considerado um exemplo a seguir a fusão das Adegas Cooperativas de Santa Marta de Penaguião, Cumieira e Medrões, todas no mesmo concelho. A operação, concretizada em 1987, resultou na criação das Caves Santa Marta, cujo presidente, José Lopes, assegura: “Neste momento temos mercado, uma marca, e já intervimos no mercado exterior”. Junta-se-lhe o exemplo das Caves do Vale do Rodo, que resultaram da fusão, em 2004, das cooperativas de Peso da Régua, Armamar e Tabuaço. As adegas de Alijó, Favaios e Pegarinhos deverão seguir o mesmo caminho.
In JN, 2009-05-20

IV edição da Festa do Vinho e Produtos Regionais - Peso da Régua

De 28 a 31 de Maio de 2009, vai realizar-se a IV edição da Festa do Vinho e Produtos Regionais, no Salão Nobre da Casa do Douro, na cidade de Peso da Régua - Cidade Internacional da Vinha e do Vinho e centro económico da Região Demarcada do Douro, numa organização da NERVIR – Associação Empresarial, em parceria com as Câmaras Municipais de Peso da Régua, Lamego e Vila Real.
Este evento, tem o apoio logístico da AICEP Portugal Global, e das suas delegações no estrangeiro, que seleccionaram importadores de vinhos e produtos regionais, para se deslocarem ao Douro e estabelecerem contactos comerciais com os expositores presentes. Estão já confirmadas as presenças de importadores de diversos países europeus e dos Estados Unidos.
Para além da presença de importadores, foram convidados distribuidores nacionais de vinhos e produtos regionais (incluindo Açores e Madeira). De salientar ainda que, embora sendo um evento direccionado para profissionais, a Festa do Vinho e Produtos Regionais, está aberta ao público e tem entrada gratuita, permitindo aos visitantes a descoberta dos sabores e aromas da Região – essencialmente vinhos do Douro e Porto, mas também de outros produtos regionais.
A par deste evento decorrerá na zona ribeirinha da cidade da Régua – Avenida do Douro, um conjunto de acções de animação com tasquinhas e música popular, conjugando assim a Mostra de Vinhos e Produtos Regionais, de cariz marcadamente profissional, com animação para o público em geral. A animação prolonga-se até 31 de Maio – Domingo. A inauguração da Festa do Vinho e Produtos Regionais está marcada para o dia 28 de Maio, pelas 18H00, no Salão Nobre da Casa do Douro.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Unidade de cogumelos de Benlhevai (Vila Flor) vai criar 165 novos postos de trabalho na região Norte

A empresa Varandas de Sousa vai criar mais 165 postos de trabalho no Norte do país, com um apoio de 5,5 milhões de euros do PRODER. Detentora da marca SousaCamp, a sociedade pretende aumentar de 6 para 28 o número de túneis de produção de substrato, suficiente para todas as unidades de cultivo de cogumelos em Vila Flor, Vila Real e Paredes.

A assinatura dos dois contratos de investimento, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER), decorreu na passada sexta-feira, na unidade de Benlhevai, na presença do primeiro-ministro, José Sócrates, e do ministro da Agricultura, Jaime Silva. Um outro contrato, que será assinado com o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), compreende um apoio do PRODER de 3,3 milhões de euros, que suportará 10 milhões de investimento na unidade produtiva de cogumelos localizada em Paredes, distrito do Porto. Com este investimento, a empresa irá duplicar a sua produção de cogumelos para as 3 380 toneladas, das quais 11 por cento se destinam à exportação para o mercado da Galiza.

Por tudo isto, José Sócrates deixou um agradecimento ao interior do país: “este projecto ajuda-nos a mostrar aos portugueses a importância do mundo rural. Por isso deixo um agradecimento a quem no interior do país desafia a crise, de quem sabe como se constrói uma fileira”, referiu o governante.

O primeiro-ministro salientou ainda o esforço das gentes de Trás-os-Montes. “O Norte é um bom exemplo para todo o país, das adversidades fazem-se fortes, por isso é com orgulho que aqui estou”, afiançou. Já o ministro da Agricultura aproveitou a visita para lançar novas apoios para os novos agricultores, que consistem na ajuda de 250 euros anuais por cada hectare de terra, que poderá se estender até aos 10 mil euros. Jaime Silva informou, ainda, que as regiões de montanha também estão contempladas nesta acção com o intuito de “ajudar os agricultores que querem trabalhar e deparam-se com imensas dificuldades”, explicou.

Por Vanessa Martins in http://www.jornalnordeste.com/

Património ibérico em foco

Fomentar a economia regional e o património da raia transmontana é o objectivo da Rota do Património de Fronteira, que resulta de uma proposta de Portugal e Espanha. Trata-se de um projecto apresentado na passada quarta-feira, durante a visita a Bragança da secretária de Estado da Cultura, Paula Santos. Integra diversos monumentos ibéricos, como a Domus Municipalis e resulta de uma candidatura transfronteiriça de quase um milhão de euros.
“Queremos dinamizar este espaço de fronteira, fazendo com que o potencial do turismo cultural possa aliar-se ao prazer de conservar e preservar o património”, explicou a governante. O objectivo final, acrescenta Paula Santos, é que “este intercâmbio dos dois lados da fronteira crie um conjunto de actividades económicas de postos de trabalho e de investimento nesta região”, adiantou.

Rota do Património de Fronteira prevê recuperação física e divulgação dos monumentos
Na óptica de Paula Santos, “esta é uma zona de fronteira, que pode atrair turistas portugueses e de outros países que se tiverem vários monumentos para visitar, como esta rota propõe, aumentam a sua permanência no território, potenciando diversas actividades económicas, como a hotelaria e restauração”. Assim sendo, uma das fases do programa contempla a recuperação física de alguns dos monumentos que integram a Rota do Património de Fronteira, como a que já foi efectuada na Domus Municipalis, seguida da divulgação do próprio património junto dos potenciais turistas.
“Se houver necessidades, avançamos com a execução de obras físicas nos monumentos. Por outro lado, também apostamos na sua promoção, através de diversos meios, como a colocação de folhetos e desdobráveis em alguns circuitos culturais, bem como a partir da página da Direcção Regional da Cultura”, salientou Paula Santos. Recorde-se que as obras efectuadas na Domus Municipalis resultaram de uma parceria entre a Câmara Municipal de Bragança e o Ministério da Cultura, com o apoio do banco espanhol Caja Duero.
Por Sandra Canteiro in http://www.jornalnordeste.com/

Vinho e azeite esgotam na V Feira do Azeite, do Vinho e Produtos Regionais em Murça

Terminou a V Feira do Azeite, do Vinho e Produtos Regionais, uma mostra organizada pela Câmara Municipal de Murça e que contou com a presença de 30 expositores, na sua maioria provenientes do concelho. Tal como tem acontecido nas edições anteriores este evento está inserido nas comemorações da Semana do Município que começaram na passada quinta-feira. Durante o certame o destaque foi para a promoção e comercialização de produtos locais, tais como o azeite, o vinho, o queijo de cabra e ovelha, os enchidos, pão de centeio e trigo cozido em fornos a lenha, o mel, as queijadas e o toucinho do céu.
O evento surgiu em 2004 e começou por ser um espaço de exposições de artesanato e feira do livro, tendo recebido o azeite, o vinho e a doçaria no ano seguinte. A Câmara Municipal de Murça organizou ainda, e pelo segundo ano consecutivo, um roteiro gastronómico para promover os restaurantes do concelho e sensibilizar o sector para a gastronomia regional, com o objectivo de recuperar pratos tradicionais, como os milhos, a palhaça ou as favas com chouriço.
Este ano, o certame pôde contar com o bom tempo, que fez com que esta edição fosse a mais procurada de sempre e, consequentemente, a mais bem sucedida no que toca a vendas. Moisés Morais, expositor proveniente de Vila Nova de Gaia, considera este certame de qualidade. “Gostei muito da feira, tinha um aspecto muito agradável, as pessoas são fantásticas e vendeu-se muito bem. Vinha sem grandes expectativas e fiquei satisfeitíssimo”, afirmou o comerciante.
O Jornal NORDESTE falou com Anabela Rocha, que se deslocou de Vila Real a Murça para visitar a feira, e lamentou a escassez de oferta no certame. “Dado o adiantado da hora, talvez se justifique estar tão vazio. Sei que se vendeu bem, mas estou um pouco desapontada. Se soubesse não tinha vindo”, assegurou.
Por Vanessa Martins in http://www.jornalnordeste.com/

Minas de Jales - O ouro da terra

A riqueza do lugar está enterrada nas profundezas
Em tempos, as Minas de Jales, abastadas que eram, tornaram Campo de Jales em terra de encanto onde chegaram a trabalhar mais de um milhar de pessoas. Actualmente, das antigas minas de ouro apenas resta algum ferro entulhado, que não tem outra serventia se não mostrar que o tempo passou e deixou para trás a “aldeia do mineiro”. Lançados à redescoberta daquela que chegou a ser a referência nacional de ouro chegámos a Campo de Jales, no concelho de Vila Pouca de Aguiar. Procurámos então alguém com quem falar sobre o complexo mineiro Minas de Jales. Encontrámos Ricardo Malheiro, por sorte, um antigo “escriturário da empresa”. “Aquilo é conhecido por Minas de Jales, mas antes era chamada de Mina dos Mouros”, começou por alertar. “Minas de Jales era como se chamava a nossa sede em Lisboa, porque pertencia a Campo de Jales”, explicou o escriturário, que dedicou 34 anos de vida ao trabalho na mina. Esta ligação aos “Mouros” advém do facto dos seus primeiros exploradores terem surgido no tempo dos Romanos. Em 1992, o complexo de mineiro deixou definitivamente de funcionar e terminou com ele a exploração de ouro em Portugal. “Quando começaram a trabalhar, ainda apareciam muitas ferramentas de madeira que eram dos Mouros”, salientou este antigo funcionário, reformado por invalidez antes do encerramento. Interessados em saber como era a vida no interior da terra, seguimos até à aldeia mineira. Uma urbanização talhada em contornos antigos, mas que já vê alguma modernidade. Respeitando a traça antiga, algumas estruturas vão sendo remodeladas e servindo de habitações. Já dentro do povoado acentua-se um cheiro a terra. Freitas é apontado como “o homem mais certo para entrevistar”, alertou um transeunte. Com alguma dificuldade chegámos à casa de César de Freitas. Sentado na soleira da porta reage energicamente, enganando os seus 78, “quase 79 anos”, como fez questão de dizer.

Expedição na escuridão dourada
Não longe da sua habitação, está “o pouco que resta” do complexo mineiro. O enferrujado cavalete do Poço de Santa Barbara, com metros de altura a “fazer escurecer a vista”, era então responsável por garantir a subida e a descida das profundezas, quer dos homens quer do filão. Junto à estrutura, desembaraça-se a memória do antigo estivador. “A minha função era de, quando houvesse um desabamento, ir lá limpar o caminho e sustentar o túnel, garantindo a segurança”, explicou César de Freitas, que orgulhosamente acrescentou ser esse “o mais importante cargo dentro da mina”. De lucidez perfeita, recorda como saiu de Vieira do Minho e foi parar à “terra prometida”, para aí passar a descer às “entranhas do mundo”. “Veio um compadre meu para aqui, porque não havia trabalho naquela maré e eu vim com ele, porque já era casado e tinha de trabalhar.” Então, com apenas 18 anos, desceu pela primeira vez no elevador do cavalete, para cumprir e repetir a façanha durante os “quase quarenta anos” seguintes. Para executar a sua função “tinha que se ter bom olho, porque era muito perigoso”, sublinhou. “A segurança passava toda pela minha mão, entregavam-me um piso e eu tinha de o deixar pronto e seguro para os homens lá andarem. A equipa de estivadores era um grupo de dois e tínhamos de ter muita confiança um no outro”, revelou César de Freitas. Entre mais uma gargalhada, um “ataque de tosse” avivou-lhe mais a lembrança, esta pesada. “Tive poucos sustos lá em baixo, mas alguns por lá ficaram. Comigo nunca lá morreu nenhum, porque era muito cuidadoso. Muito tabaco fumei para manter os olhos bem abertos e fazer tudo direito”, recordou. Considerando-se um homem cauteloso, admite também que à cautela se juntou a sorte e alguma, mas não muita, fé. “Benzia-me cada vez que ia descer. Só quando ia descer, porque quando chegava cá em cima já estava safo não era preciso”, afirmou em tom de brincadeira. Trabalhando oito horas por dia num ambiente aurífero, mas húmido, e respirando pós de outros minérios como o estanho ou o volfrâmio, César de Freitas adoeceu, como tantos outros companheiros. “Estive algum tempo em tratamento, porque apanhei a doença profissional que é causada pelos pós da mina.” Ainda hoje, os seus ataques de tosse têm na doença da mina a “causa mais provável”.

O fim, o despovoamento
O cenário actual é de um certo desmazelo. Entre as casas habitadas e cuidadas, há os barracões velhos e sem serventia. Dos vagões que transportavam o filão já poucos restam para amostra e os que há servem agora de adorno nos jardins de casas particulares. Já junto ao conservado campo de futebol da aldeia, encontrámos António Silva. Agora com 30 anos, chegou à aldeia mineira ainda nos braços da mãe, acompanhado pelo pai que era mineiro. Cresceu lado a lado com a mina, “num ambiente movimentado e com muitas pessoas”, mas do qual já pouco resta. “Os meus pais vieram para aqui, fizeram uma casa e, quando comecei a poder trabalhar, chegava as ferramentas aos trabalhadores”, afirmou o operário da construção civil. Daqueles tempos, António Silva falou com alguma nostalgia dos bailaricos de Verão e das sessões de cinema no clube da aldeia. “Quando a empresa trabalhava isto tinha muita gente e disso já nada sobra, ficou tudo abandonado. Primeiro até tínhamos boas equipas de futebol.” Agora, a equipa do Campo de Jales fica-se somente pela liga amadora. “Pode não ser um campeonato como os outros, mas voltámos a formar equipa e vamos jogar a final da taça amadora”, garantiu orgulhoso. Sobre o “desmoronar” da grandiosidade do complexo mineiro, estes três antigos trabalhadores das Minas de Jales são unânimes. “Deviam ter deixado um pouco melhor conservado, mas preferiram vender tudo o que podiam e abandonaram o resto”, acusou o mais novo dos três. Ricardo Malheiro, desde sempre habituado a “lidar com a papelada” não tem dúvidas: “tinha lá muito minério, mas a má gestão levou a que acabasse”. Depois do início do processo de falência, em meados da década de 1990, a empresa decidiu leiloar o património. “Quem tinha dinheiro comprou e quem não tinha foi ocupando o que podia”, lembrou António Silva. Do corrupio de outros tempos pelos 16 túneis, escavados a 640 metros da superfície, já pouco sobra. Resta apenas a lembrança, que se vai perdendo com a memória dos antigos, e alguma esperança de que as Minas de Jales voltem a funcionar. Talvez por isso, ainda hoje, durante a festa de Verão da aldeia, o “andor do Mineiro” sai à rua.
Frederico Correia in http://www.mensageironoticias.pt/

Vinho da Adega de Vila Real distinguido a nível Mundial

Nunca uma cooperativa em vinhos brancos alcançou o que a Adega de Vila Real conseguiu no Concurso Mundial de Vinhos de 2009, ou seja, o troféu, “Best Wine”.Esta distinção premeia todo um trabalho que a agremiação tem vindo a fazer ao longo dos anos e, agora, vê esse esforço reconhecido internacionalmente.
O próprio presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, Vilhena Pereira, deu os parabéns ao responsável pela Adega de Vila Real, Jaime Borges. “Esta adega é um exemplo para o cooperativismo do Douro. Na região há outras referências onde os vinhos também foram distinguidos”. Vilhena Pereira ficou de tal forma entusiasmado com tal distinção que assegurou ao Nosso Jornal, que o Douro “será dentro de vinte anos a melhor região de vinhos do Mundo”. “Há um enorme potencial que necessita de ser explorado, aliado à reestruturação da vinha, que poderá vir a ser decisivo na afirmação definitiva de uma região de excelência na produção de vinhos”.
O enólogo Rui Madeira foi um dos responsáveis pelo sucesso do Grande Reserva Branco. “Sendo Vila Real uma zona alta do Douro, o potencial é enorme, podemos fazer vinhos muito aromáticos, um pouco como os consumidores gostam hoje em dia. Acreditamos que temos uvas muito boas, lavradores excelentes que colocam aqui, na Adega, uvas óptimas, depois há que as trabalhar da melhor maneira possível”. Uma referência para outros dois enólogos, Paula Gomes e Luís Abelha que completam a área de enologia da adega. Por sua vez, o presidente da Adega de Vila Real, Jaime Borges, considerou o prémio “como uma distinção” para todos aqueles que trabalham e colaboram com a cooperativa. “Desde os nossos lavradores até à Direcção, passando pela equipa de enólogos, todos merecem esta Medalha que honra e valoriza os vinhos desta casa, mas também a própria região do Douro. O nosso rumo é a qualidade”. Na edição de 2009, realizada em Valência, Espanha, entraram a concurso 6 289 vinhos espirituosos provenientes de 54 países, que em prova cega foram submetidos à apreciação de um júri, composto por 250 especialistas de 41 nacionalidades diferentes. Neste concurso, o galardão máximo é o troféu de “Best Wine” (Melhor Vinho) que distingue apenas o vinho que alcançou a melhor nota absoluta entre todos os vinhos provados na sua categoria. Este vinho resultou de uma escolha de uvas durante a vindima de 2007, provenientes essencialmente de vinhas velhas pré-seleccionadas entre as melhores quintas dos associados da Adega de Vila Real. As castas, predominantes neste Grande Reserva, são o Viosinho, Malvasia Fina, Gouveio e Fernão Pires.
JMcardoso in http://www.avozdetrasosmontes.com

Criada Área de Reserva para Granitos na Serra da Falperra

Está publicada em Diário da República a Área de Reserva para Granitos na Serra da Falperra que foi criada para efeitos de aproveitamento dos granitos ornamentais existentes numa área delimitada com mais de 1700 hectares e que abrange os concelhos de Vila Pouca de Aguiar, Vila Real e Sabrosa.
O decreto regulamentar n.º 6 de 2009, emitido a 2 de Abril último, oficializa a criação da área de reserva para exploração de recursos geológicos na Serra da Falperra do granito Amarelo Real que, segundo o documento, é uma rocha muito pretendida para revestimento de edifícios, pavimentos e restauro de edifícios de algumas zonas históricas com reflexos económicos e sociais favoráveis à escala regional e nacional.
Ouvidas as Câmaras Municipais de Vila Pouca de Aguiar, Vila Real e Sabrosa, participaram na definição da área de reserva a CCDR-N, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, a Direcção Regional de Economia do Norte e o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade. Para o presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar, Domingos Dias esta área de reserva «é o resultado de ter escolhido, desde que tomei posse, que a prioridade na economia concelhia passasse pelo ordenamento do sector do granito que visa assegurar e até reforçar os postos de trabalho existentes e em sintonia com a preservação ambiental da zona envolvente». O concelho aguiarense passa a ter duas Áreas de Reserva (a outra é em Pedras Salgadas).
Pela parte dos industriais dos granitos, representada por Domingos Ribeiro, esta medida «é uma mais-valia para todos os envolvidos porque a partir de agora existem regras e é uma forma de proteger os recursos geológicos que existem na região». Na nova Área de Reserva, existem cerca de 50 pedreiras que empregam várias centenas de trabalhadores.
In http://www.avozdetrasosmontes.com

Vila Real é o distrito com mais postos de vigia do país

Demonstrando mais uma vez uma aposta clara na prevenção e na primeira intervenção, o Plano Operacional de Combate a Incêndios de Vila Real conta este ano com 26 postos de vigia e mais de uma centena de vigilantes, homens e mulheres recrutados nos Centros de Emprego do distrito. No que diz respeito aos restantes meios, o dispositivo conta com recursos idênticos aos do ano passado. Amanhã tem início a Fase Bravo, a segunda mais crítica depois da Fase Charlie que este ano vai contar, no distrito, com o empenho de 1060 homens apoiados por 250 viaturas e três helicópteros, sendo de destacar a forte aposta na detecção dos incêndios que faz de Vila Real o distrito com mais postos de vigia do país, com um total de 26.
“Estamos a apostar fortemente na vigilância e na detecção” dos incêndios, revelou o Major Luís Ventura, da Guarda Nacional Republicana (GNR), contabilizando que para os postos de vigia irão ser destacados 106 homens e mulheres recrutados nos Centros de Emprego do distrito. “Este é um sistema que requer alguma flexibilidade porque as pessoas não vão ficar presas ao contrato com a Guarda, ou seja, se surgir uma oportunidade de emprego, a qualquer altura poderão sair”, referiu o mesmo responsável. Luís Ventura referiu ainda que, no âmbito do empenho na prevenção, a GNR está ainda a fazer um levantamento de informações sobre possíveis responsáveis pelas ignições, como por exemplo pastores. Revelando que ainda não houve qualquer detenção de incendiários este ano, o mesmo responsável lança um apelo à população para que seja cada vez consistente no que diz respeito às denúncias. “Na maior parte das vezes, a informação dada sobre um possível criminoso é tão vaga que, em termos operacionais, não leva a nada. É importante que, quando as pessoas tenham a percepção ou a desconfiança de que alguém possa ser responsável pela causa de um incêndio, recolham o mínimo de elementos necessários para que se possa chegar ao indivíduo, como por exemplo, característica específicas de uma viatura ou mesmo de um indivíduo”, explicou Luís Ventura. “Todos temos essa responsabilidade. A floresta é de todos, a todos beneficia e só com a intervenção de todos é que poderemos travar este combate”.
Carlos Silva, comandante operacional do Centro Distrital de Operações de Socorro, frisou ainda o papel importante dos cidadãos, mas, desta feita, no que diz respeito aos cuidados a ter em zonas florestais. “Com o dispositivo que temos e com a colaboração dos cidadãos na redução das ignições, estou convencido que seremos capazes de chegar a bom porto, à semelhança do que aconteceu no último ano”, frisou. Com basicamente o mesmo dispositivo do ano transacto, no distrito destaca-se apenas o reforço ao nível de homens com a criação das nove Equipas de Intervenção Permanente dos corpos de bombeiros, que deverão entrar em funcionamento durante a Fase Charlie, e a constituição de mais duas equipas de sapadores florestais (31 no total), o que coloca Vila Real na linha da frente “dos distritos com mais equipas de sapadores no terreno”.Apesar do distrito já ter atingido, em 2008, as metas previstas para 2012, o objectivo da Autoridade Nacional da Protecção Civil continua a ser clara, reduzir ainda mais o número de incêndios florestais e a área ardida durante as fases de maior risco. No entanto, este ano as estatísticas já ficaram manchadas por uma ‘primavera cinzenta’ com as chamas a consumir 3500 hectares contra os 700 registados em igual período do ano passado. Em 2008, Vila Real foi palco de 1110 incêndios que consumiram um total 1595, valores muito abaixo da média dos últimos cinco anos, que apontam para 1558 fogos florestais e quase 11 mil hectares de território devastado.
Maria Meireles in http://www.avozdetrasosmontes.com

Governo aprova construção da barragem de Foz-Tua à cota mínima

O Ministério do Ambiente condiciona construção do empreendimento hidroeléctrico à elaboração de estudo para alternativa ferroviária nos 16 quilómetros da linha do Tua que vão ser inundados com esta solução. A Declaração de Impacto Ambiental (DIA) emitida pelo Ministério do Ambiente (MA) refere que a construção da barragem de Foz-Tua tem um parecer «favorável condicionada» impondo o estudo de uma linha ferroviária alternativa à actual que será parcialmente inundada. O projecto foi aprovado com a sua localização junto à foz do rio Tua, com a cota de Nível de Pleno Armazenamento mais baixa (170 metros) das soluções alternativas em avaliação. Também estavam em análise as cotas de 180 e 195 metros.
Com esta decisão, a linha do Tua será inundada em 15,9 quilómetros dos 60 que aquela via-férrea tem, ficando submersos cinco apeadeiros. Em contrapartida, caso tivesse sido escolhida a cota máxima, seriam cerca de 31,2 km e 20 apeadeiros inundados.
O MA justifica esta decisão devido à redução de muitos dos impactes identificados, designadamente \"evita a afectação directa das concessões hidrotermais das Caldas de Carlão e Caldas de São Lourenço e minimiza a afectação em termos de área de vinha e áreas agrícolas em geral, de cursos de água, de conservação da natureza, de paisagem e de património\".
Esta parecer desactiva automaticamente e em definitivo, os primeiros quatro quilómetros da ferrovia para os trabalhos de prospecção e elaboração do projecto. De modo a \"garantir e salvaguardar os interesses e a mobilidade das populações locais e potenciar o desenvolvimento sócio-económico e turístico\", a DIA obriga a que seja assegurado o serviço de transporte público da linha férrea do Tua no troço a inundar, sendo que, para tal, \"deverá ser efectuada uma análise de alternativas, incluindo a análise da viabilidade de construção de um novo troço de linha férrea\", adianta. O presidente do Metro de Mirandela, José Silvano, confessa que esta decisão acaba por ser \"um mal menor\" para a região, porque \"sempre é melhor ficar com comboio do que acabar com a linha\", mas desconfia que o Ministério esteja apenas \"a ganhar tempo para nos iludir e encerrar definitivamente a linha do Tua\", porque, se for feito o estudo económico da alternativa ferroviária, \"poderá ditar um custo elevado que o Governo não estará disposto a suportar\", conclui.Satisfeito com a decisão ficou o autarca de Murça. \"É a decisão mais sensata que o Governo podia ter tomado\", diz João Teixeira.
Fernando Pires in JN, 2009-05-14

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Campo de Víboras - conhecida pelas casas luxuosas e riqueza dos seus habitantes

À beleza natural da paisagem e montes envolventes junta-se a sumptuosidade e luxo das casas que se avistam ao longo da estrada que liga Vimioso a Mogadouro. Residências de férias que acolhem os filhos da terra que se dedicam à venda de tecidos, roupas, toalhas, colchas, lenços e ouro, entre outros. Campo de Víboras, no concelho de Vimioso, é conhecida por ser terra de “gente rica”, que mora, durante grande parte do ano, em cidades, como Porto ou Lisboa. “As pessoas da freguesia vivem maioritariamente do negócio e cedo se fizeram à vida, porque viram que a agricultura dava pouco dinheiro”, explicou o presidente da Junta de Freguesia de Campo de Víboras, Domingos Pimentel. A par da beleza dos edifícios que nasceram às mãos do homem, os turistas podem deliciar-se com os montes coroados de fragas ou com extensos campos de flores selvagens que pintam de lilás, branco e amarelo os terrenos incultos. Os rios Angueira e Maçãs são, também, uma paragem obrigatória para os turistas que procuram a região para desafogar a vista e a alma. Freguesia reclama equipamento de apoio aos idosos. Mas se parte dos filhos da terra vivem desafogadamente, outros habitantes (principalmente os mais velhos) deparam-se com condições precárias, quer ao nível de habitação ou cuidados primários. “Cerca de 50 idosos vivem sozinhos em fracas condições. Em alguns casos, a casa nem chega a ter um tecto como deve ser”, lamenta o autarca. Para fazer face às necessidades mais prementes da população, Domingo Pimentel defende a criação de uma infra-estrutura de apoio. “Temos as instalações da antiga escola primária que poderiam acolher um Centro de Dia ou um Lar e não deixam avançar o projecto e nem temos o apoio necessário das entidades competentes”, sublinhou o responsável. Dada a falta de respostas sociais, a maior parte dos idosos é obrigado a permanecer nas suas habitações ou optar por uma instituição fora da freguesia. “As casas acabam por ficar ao abandono e sujeitas a pilhagens”, explicou Domingos Pimentel. Segundo o autarca, a fama de aldeia rica é, por vezes, prejudicial. “Para algumas pessoas, Campo de Víboras não precisa de nada porque é terra de gente com posses. É uma ideia errada, porque temos habitantes com necessidades, que acabam por não receber nada”, lamenta.
Sandra Canteiro in http://www.jornalnordeste.com

Pequena aldeia de Salgueiro ganha a primeira unidade industrial de fumeiro do concelho de Mogadouro

A pequena aldeia do Salgueiro acolhe a primeira unidade industrial de produção de fumeiro do concelho de Mogadouro. As infra-estruturas básicas e a proximidade com o rio Sabor fazem desta terra um local único para a confecção de produtos agrícolas, como é o caso do azeite do Vale do Sabor, considerado “um dos melhores do mundo”.
Para abrir a nova unidade transformadora, Paulo Rocha, o proprietário da empresa “Carnes Sabores do Planalto”, investiu cerca de 300 mil euros em equipamento capaz de aliar a tradição À modernidade. No entanto, o empresário garante que os investimentos não vão ficar por aqui, já que este é o primeiro passo numa unidade que poderá ganhar maior dimensão.
Paulo Rocha garante que vai cumprir todos parâmetros para que produtos, como a alheira, o chouriço doce, o butelo ou bulho, a linguiça e o salpicão tenham uma boa aceitação no mercado. A crise e o facto de estar instalado numa das aldeias mais pequenas do concelho de Mogadouro não assustam Paulo Rocha“Vou tentar que cada produto obedeça às receitas tradicionais”, avançou o responsável.
Nesta primeira fase, a empresa está a produzir cerca de 800 quilos de fumeiro por semana. Para tal, foram criados três postos de trabalho fixos, que podem vir a aumentar. Apesar da fábrica estar instalada numa das aldeias mais pequenas do concelho, o empresário encara o futuro com optimismo, até porque a localização a paixão pela terra e pelo rio falaram mais alto na hora de decidir. “Para já ainda não tive apoios. Já pensei em pedi-los, mas não é fácil. A actual conjuntura económica não é favorável, mas acredito que as coisas vão melhorar”, acrescentou o empresário.
O projecto “Carnes Sabores do Planalto” teve início em 2003, mas só agora começou a laborar, depois de ultrapassados todos os obstáculos. “Havia muitas exigências”, recorda Paulo Rocha. Perante o actual cenário económico, o empresário garante que não tem medo da crise.“Se tivesse fica quieto”, enfatiza o responsável.
Francisco Pinto in http://www.jornalnordeste.com

Feira das Cantarinhas esgotam hotelaria

Terminou mais uma edição da Feira das Cantarinhas, que decorreu em simultâneo com a Feira do artesanato de Bragança. Na sessão de abertura, que decorreu na passada quinta-feira, o presidente da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança (ACISB), António José carvalho apelou ao bom senso do comércio tradicional para abrirem as portas no passado fim-de-semana. “Deixo um apelo aos comerciantes que abram as portas e que recebam os visitantes com um sorriso. Em tempos de crise é importante que se mostre que sabemos receber quem nos visita”, relembrou o dirigente.
Já o presidente da Câmara municipal de Bragança, Jorge Nunes mostrou-se muito satisfeito com a organização da feira, salientando que o certame já era um sucesso, pois a lotação das unidades hoteleiras da cidade já estavam esgotadas. “A feira está muito bem organizada e com o esforço da Câmara Municipal em publicitar o evento em Espanha, temos a confirmação que os hotéis da cidade já atingiram a sua capacidade máxima”, afirmou o edil.
Na abertura oficial esteve presente, também, o embaixador da Irlanda em Portugal, James Brennan, que se mostrou encantado com a cidade e com a população brigantina “adorei a cidade e este povo, são muito parecidos com o povo irlandês”, revelou o diplomata. Recorde-se que uma empresa de capitais irlandeses, a Airtricity, está a investir na criação de parques eólicos no concelho de Bragança.
Vanessa Martins in http://www.jornalnordeste.com

São Pedro Velho promove primeiro certame dedicado aos principais produtos da terra

Em nome do vinho e dos morangos
Com aromas inebriantes, cores apelativas e aspecto suculento e saboroso, o vinho e os morangos foram os protagonistas da primeira edição do certame que adoptou o nome dos produtos mais conhecidos de São Pedro Velho, no concelho de Mirandela. A I Feira do Vinho e Morangos foi, assim, ponto de paragem obrigatória para os milhares de pessoas que, na passada sexta-feira e sábado, puderam saborear e provar verdadeiras iguarias que resultam do microclima que caracteriza aquela localidade. “Aqui produz-se bom vinho e morangos. São produtos de elevadíssima qualidade e que surgem associados à aldeia”, pelo que achámos conveniente dar este nome à Feira”, explicou o secretário da Junta de Freguesia de São Pedro Velho, Mário Fontoura da Cunha. Segundo o autarca, ao longo dos dois dias passaram pelo certame alguns milhares de curiosos de toda a região, que puderam conhecer os produtos dos 18 expositores presentes no evento. “Recebemos muita gente de fora da freguesia e era exactamente esse o objectivo, já que pretendemos divulgar os produtos e, consequentemente, a aldeia que fica um pouco isolada”, salientou o responsável. Dado o sucesso desta primeira edição, a Feira do Vinho e Morangos é uma iniciativa para continuar. “Será repetida, depois de corrigirmos e melhorarmos algumas lacunas”, assegurou o autarca. Recorde-se que este certame representa um investimento na ordem dos seis mil euros e contou com o apoio da Câmara Municipal de Mirandela. Sectores do vinho e dos morangos empregam parte dos 300 habitantes da aldeia Actualmente são seis os produtores de vinho e morangos em São Pedro Velho, responsáveis pela criação de bastantes postos de trabalho. “Empregam parte da população da freguesia que asseguram a manutenção das culturas”, explicou o autarca. Dependendo das condições climatéricas, a freguesia regista uma produção significativa no que toca a morangos e vinho. “É uma das principais formas de rentabilidade para os produtores da aldeia que vendem as suas colheitas para a região, grandes superfícies das principais cidades do País e, mesmo, para Espanha”, informou Mário Fontoura da Cunha. Além dos produtos expostos, os visitantes puderam assistir às demonstrações gastronómicas feitas pela Escola de Hotelaria e Turismo de Mirandela à base de morangos ou aos painéis vitivinícolas.
Sandra Canteiro in http://www.jornalnordeste.com

Terra de Magalhães dá partida a volta ao mundo em bicicleta ecológica

Sabrosa continua a ser palco de iniciativas pioneiras. Desta vez, no passado dia 30 de Abril, uma empresa espanhola fabricante de bicicletas ecológicas, movidas a energia solar, escolheu Sabrosa, numa alusão clara à viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães, como ponto de partida para uma volta ao mundo com este tipo de veículos que estão cada vez mais na moda.

A ideia é repetir a longuíssima viagem, em pleno século XXI, apenas com base em energias renováveis: a energia solar para ajudar nos percursos mais acidentados (a subida das encostas do Douro serão seguramente um bom teste), e a energia eólica, como no tempo de Magalhães será a única energia utilizada pelos barcos que, nesta viagem, transportarão as bicicletas quando for necessário cruzar os oceanos.

A Câmara Municipal de Sabrosa foi contactada no sentido de o início desta viagem ser efectuada na Praça do Município, junto ao monumento de Magalhães. Por outro lado, a empresa fez questão de solicitar a bênção para a viagem pelo Pároco local, Reverendíssimo Padre Óscar Moura. O próprio dono da empresa iniciou esta gesta, que será completada sucessivamente através de todos os colaboradores da mesma. É de notar que a vinda propositada a Sabrosa e a escolha desta localidade como ponto de partida desta iniciativa, provam que sem dúvida a estratégia da Câmara Municipal de Sabrosa de divulgação da figura de Fernão de Magalhães e consequentemente do Concelho e do Douro, está no sentido correcto da promoção e maior conhecimento das potencialidades da região.

Câmara de Murça promove Azeite, Vinho e Produtos Regionais

A Câmara Municipal de Murça promove a quinta edição da Feira do Azeite, do Vinho e Produtos Regionais, uma mostra que acontece de 7 a 10 de Maio, e conta este ano com a presença de 30 expositores, sendo a grande maioria provenientes do concelho. Tal como tem acontecido nas edições anteriores este evento está inserido nas comemorações da Semana do Município que começam já esta quinta-feira, véspera do dia do feriado municipal que se assinala a 8 de Maio.

Durante a semana o destaque vai para a promoção e comercialização de produtos locais, tais como o azeite, o vinho, o queijo de cabra e ovelha, os enchidos, o saboroso pão de centeio e trigo cozido em fornos a lenha, o mel, as queijadas e toucinho-do-céu.

A Feira do Azeite, do Vinho e Produtos Regionais surgido em 2004, começou por ser um espaço de exposição de artesanato e feira do livro, tendo recebido, no ano seguinte, o azeite, o vinho e a doçaria. Porque é nas freguesias onde se podem encontrar dos melhores produtos tradicionais, o espaço abriu-se então às freguesias, para orgulho das suas gentes.

A câmara organizou ainda pelo segundo ano consecutivo um roteiro gastronómico para promover os restaurantes do concelho e sensibilizar para a gastronomia regional, pretendendo recuperar pratos tradicionais, como os milhos, a palhaça ou as favas com chouriço.

Lançada Rota do Património para dinamizar fronteira - Atrair mais turistas à região

A Rota do Património da Fronteira, que engloba vários monumentos portugueses e espanhóis, tem por objectivo potenciar a zona transfronteiriça transmontana através da dinamizando do Turismo Cultural.
Numa primeira fase, a Rota do Património da Fronteira, lançada ontem em Bragança, propõe a visita a 10 monumentos portugueses, de vários concelhos dos distritos de Bragança e Guarda e vários em Espanha. A proposta prevê visitas públicas a um conjunto de imóveis que cobrem um período cronológico que vai da Pré-História recente ao século XVII.
O projecto resultou da aprovação de uma candidatura transfronteiriça de cerca de um milhão de euros. Muitos daqueles monumentos foram alvo de intervenções com vista à sua requalificação. Na Domus de Bragança, as obras foram realizadas no âmbito de uma parceria entre a Câmara, o Ministério da Cultura, com o apoio da Caixa Duero, uma dependência bancária espanhola.
Foi aquele o monumento escolhido para fazer o lançamento da rota, pela secretária de Estado da Cultura, Paula Santos, que hoje continua o périplo pela região para visitar vários locais. O objectivo da rota passa por \"potenciar\" aquele espaço de fronteira, dinamizando o turismo cultural, referiu a secretária de Estado. Paula Santos crê que se pode aliar o prazer de usufruir, com a conservação e preservação do património, e, a partir daqui, criar um conjunto de actividades económicas ao nível da restauração e da hotelaria, que poderão gerar postos e trabalho e investimento na região. O turismo cultural é um segmento que apresenta taxas de crescimento positivo, pelo que a responsável da Cultura defende que é preciso dar \"sustentabilidade\" à rota, dando-lhe visibilidade. Com aquela rota, a secretária de Estado diz que se pretende que as populações locais visitem o património, mas também que sirva para atrair turistas, que não passem pela região, mas que fiquem alguns dias. \"Se vierem e tiverem uma rota para visitar, vai aumentar a permanência na região e automaticamente vão ter de dormir e de comer\", afirmou Paula Santos.
A segunda fase consiste na divulgação da rota, o que já está a ser feito através do lançamento de folhetos e desdobráveis em várias línguas, divulgação na página da Direcção Regional da Cultura, e em circuitos que podem ser frequentados por turistas. Já foi aprovada uma nova candidatura transfronteiriça no valor de 360 mil euros, que servirá para a intervenção física em monumentos.
Paula Santos apresentou, ainda, o projecto de ampliação e de requalificação do Museu Terras de Miranda, orçamentado em 1,5 milhões de euros e candidato ao Quadro de Referencia Estratégica Nacional, cujo actual edifício está degradado. Há dois anos chegou mesmo a ocorrer uma derrocada no telhado.

Glória Lopes in JN, 2009-05-07

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O Douro deverá quadruplicar o número de dormidas até 2015 - 600 mil dormidas

O Douro deverá quadruplicar o número de dormidas até 2015. O objectivo foi assumido, ontem, em Lamego, pelo ministro da Economia, Manuel Pinho, durante uma sessão de apresentação de novos projectos turísticos.
A região registou o ano passado 140 mil dormidas de turistas e o objectivo é que chegue às 600 mil no espaço de seis anos. A nova meta é \"ambiciosa\", como o governante admitiu, mas conta com os empreendimentos do sector que vão começar a ser desenvolvidos e com aqueles que já estão a funcionar, como é o caso do Aquapura Douro Valley, na Quinta de Vale Abraão (Lamego), inaugurado em Junho de 2007, onde decorreu a sessão de ontem.
Uma cerimónia em que se pretendeu que os empresários que já investiram na região dessem o exemplo do que fizeram, bem como falassem da sua experiência para abrir o \"apetite\" a novos investimentos. Foi o caso dos responsáveis do Aquapura; do Vintage House Hotel, no Pinhão (Alijó), e do Solar da Rede (Mesão Frio); e ainda do Hotel Folgosa Douro (Armamar). Este último aberto em Dezembro do ano passado e que juntamente com o restaurante DOC criaram naquela zona ribeirinha um pólo de atracção.
O Vintage House Hotel e o Solar da Rede, do Grupo CS (Carlos Saraiva), foram recentemente sujeitos a obras, num investimento de 2,5 milhões de euros, para os renovar e adaptar aos novos desafios. Do mesmo grupo, o tão falado Douro Marina Hotel Resort, em Mesão Frio, deverá começar a ser construído durante o próximo ano. Destaque ainda para os novos Vintage House II, no Pinhão, que transformará cubas de vinho em quartos; o Grand Douro, em Pala (Baião); e a Quinta do Pego, da Rozès, em Tabuaço.
Quando todos os projectos estiverem a funcionar, Manuel Pinho acredita que estará criada uma zona turística de \"altíssima qualidade\". E com ela, \"será possível quadriplicar o número anual de dormidas. Sabe-se lá se, até, ir além dessa meta\", confiou. Diogo Vaz Guedes, responsável do Aquapura, acredita mesmo que será possível chamar à região a \"nata dos turistas internacionais\".
Outra meta, traçada por Luís Patrão, presidente do Turismo de Portugal, é a retenção \"por vários dias\" dos turistas que visitam o Douro. Por isso, relevou a importância de \"uma rede de serviços turísticos de qualidade\" e que deverá não esquecer a \"ligação ao vinho, aos escritores da região, entre outros aspectos de animação\". Neste contexto, observa que o Douro tem de criar condições para reter as pessoas \"durante uma semana, ou mais\".
Luís Patrão salientou que é preciso começar a pensar em alargar horizontes e captar \"novas correntes do turismo internacional\" e que podem ser atraídas pela marca \"Vinho do Porto\". Na mira devem estar ingleses, franceses, espanhóis, italianos e dos países nórdicos. O presidente do Turismo de Portugal não esqueceu os americanos que têm no culto da vinha e do vinho um dos seus principais objectivos em termos de visita turística. Ora, se bem promovido junto de alguns nichos de mercado, \"o Douro tende a tornar-se um destino turístico de dimensão mundial\". De resto, o turismo tem vindo a ser assumido como fundamental para desenvolver o Douro, umas das regiões mais pobres da Europa. O ministro da Economia reconheceu que o apoio do Estado \"tem sido limitado\", o que \"mostra que há empresários que sabem correr riscos\" ao criar \"unidades do melhor que há no Mundo\". Manuel Pinho revelou ainda dispor de \"recursos, em termos de capital de risco, que sempre que for julgado conveniente podem ser usados para apoiar projectos\".

Eduardo Pinto in JN, 2009-05-05