quinta-feira, 14 de maio de 2009

Vila Real é o distrito com mais postos de vigia do país

Demonstrando mais uma vez uma aposta clara na prevenção e na primeira intervenção, o Plano Operacional de Combate a Incêndios de Vila Real conta este ano com 26 postos de vigia e mais de uma centena de vigilantes, homens e mulheres recrutados nos Centros de Emprego do distrito. No que diz respeito aos restantes meios, o dispositivo conta com recursos idênticos aos do ano passado. Amanhã tem início a Fase Bravo, a segunda mais crítica depois da Fase Charlie que este ano vai contar, no distrito, com o empenho de 1060 homens apoiados por 250 viaturas e três helicópteros, sendo de destacar a forte aposta na detecção dos incêndios que faz de Vila Real o distrito com mais postos de vigia do país, com um total de 26.
“Estamos a apostar fortemente na vigilância e na detecção” dos incêndios, revelou o Major Luís Ventura, da Guarda Nacional Republicana (GNR), contabilizando que para os postos de vigia irão ser destacados 106 homens e mulheres recrutados nos Centros de Emprego do distrito. “Este é um sistema que requer alguma flexibilidade porque as pessoas não vão ficar presas ao contrato com a Guarda, ou seja, se surgir uma oportunidade de emprego, a qualquer altura poderão sair”, referiu o mesmo responsável. Luís Ventura referiu ainda que, no âmbito do empenho na prevenção, a GNR está ainda a fazer um levantamento de informações sobre possíveis responsáveis pelas ignições, como por exemplo pastores. Revelando que ainda não houve qualquer detenção de incendiários este ano, o mesmo responsável lança um apelo à população para que seja cada vez consistente no que diz respeito às denúncias. “Na maior parte das vezes, a informação dada sobre um possível criminoso é tão vaga que, em termos operacionais, não leva a nada. É importante que, quando as pessoas tenham a percepção ou a desconfiança de que alguém possa ser responsável pela causa de um incêndio, recolham o mínimo de elementos necessários para que se possa chegar ao indivíduo, como por exemplo, característica específicas de uma viatura ou mesmo de um indivíduo”, explicou Luís Ventura. “Todos temos essa responsabilidade. A floresta é de todos, a todos beneficia e só com a intervenção de todos é que poderemos travar este combate”.
Carlos Silva, comandante operacional do Centro Distrital de Operações de Socorro, frisou ainda o papel importante dos cidadãos, mas, desta feita, no que diz respeito aos cuidados a ter em zonas florestais. “Com o dispositivo que temos e com a colaboração dos cidadãos na redução das ignições, estou convencido que seremos capazes de chegar a bom porto, à semelhança do que aconteceu no último ano”, frisou. Com basicamente o mesmo dispositivo do ano transacto, no distrito destaca-se apenas o reforço ao nível de homens com a criação das nove Equipas de Intervenção Permanente dos corpos de bombeiros, que deverão entrar em funcionamento durante a Fase Charlie, e a constituição de mais duas equipas de sapadores florestais (31 no total), o que coloca Vila Real na linha da frente “dos distritos com mais equipas de sapadores no terreno”.Apesar do distrito já ter atingido, em 2008, as metas previstas para 2012, o objectivo da Autoridade Nacional da Protecção Civil continua a ser clara, reduzir ainda mais o número de incêndios florestais e a área ardida durante as fases de maior risco. No entanto, este ano as estatísticas já ficaram manchadas por uma ‘primavera cinzenta’ com as chamas a consumir 3500 hectares contra os 700 registados em igual período do ano passado. Em 2008, Vila Real foi palco de 1110 incêndios que consumiram um total 1595, valores muito abaixo da média dos últimos cinco anos, que apontam para 1558 fogos florestais e quase 11 mil hectares de território devastado.
Maria Meireles in http://www.avozdetrasosmontes.com

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