sexta-feira, 17 de abril de 2009

Estrangeiros querem explorar Montesinho

As aldeias do Montesinho são cada vez mais procuradas por empresas estrangeiras que querem aproveitar os seus recursos para a produção de energia. Há irlandeses interessados no vento e espanhóis na água.

A empresa irlandesa Airtricity, que há dois anos desenvolve estudos no Montesinho com vista a instalar um parque eólico com capacidade até 600 megawatts (MW), quer dar andamento ao projecto dentro de dois anos para começar a produzir pelo menos 250 MW. A Airtricity está, actualmente, a elaborar o Estudo de Impacto Ambiental e, segundo uma fonte oficial da empresa, espera-se que dentro de dois anos existam condições para começar a instalar o parque, em várias aldeias dos concelhos de Bragança e Vinhais.

No entanto, o Governo ainda não abriu o concurso público para a instalação de eólicas no Montesinho, uma área protegida, onde aquele tipo de investimento está sujeito a condicionalismos.

Há dois anos que o projecto foi anunciado em Bragança, pela Airtricity, e, desde então, as várias freguesias abrangidas recebem uma verba anual pelo arrendamento do espaço.
A freguesia de S. Julião de Palácios recebeu, nestes dois últimos anos, cerca de 6300 euros, uma quantia que "tem dado bom jeito, mas se calhar podia-se estar a receber mais do que isso por ano, se o parque estivesse a produzir energia", explicou o presidente da Junta de Freguesia, Elias Vara. É ponto assente entre os autarcas de que é preciso "fazer pressão para o parque ir em frente".

A empresa ainda não estabeleceu, também, qualquer acordo com a Câmara Municipal de Bragança. O edil local, Jorge Nunes, referiu que "não há nenhuma parceria formalizada com a Airtricity, mas o município tem apoiado o processo de instalação de eólicas na região".
Todavia, o autarca adiantou que não excluiu a hipótese de chegar a um acordo quando existirem condições que satisfaçam as indicações da autarquia.

Refira-se que os irlandeses já terão gasto cerca de um milhão de euros na realização de estudos de viabilidade e na mediação do vento naquela área protegida, "para fazer a triagem das zonas mais viáveis".

Entretanto, várias aldeias do Montesinho, nomeadamente as de França e de S. Julião, já assinaram os protocolos com uma empresa espanhola que vai recuperar os moinhos de água, para a instalação de mini-hídricas de produção de energia eléctrica.

Gloria Lopes in http://jn.sapo.pt/

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