sexta-feira, 27 de março de 2009

Turistas dão vida a Montouto

Casas de Turismo de Aldeia de Casares e Casa do Parque Natural de Montesinho de Montouto recebem milhares de pessoas.

A natureza em estado “selvagem” alia-se à tipicidade das aldeias, onde se erguem casas em pedra com telhados tradicionais, que nos transportam para uma época antiga que contrasta com o movimento dos tempos modernos. O sossego, a calma e a beleza das paisagens são características da freguesia de Montouto, no concelho de Vinhais, que cativam visitantes de diversos pontos do País e do estrangeiro.

O turismo é, actualmente, uma actividade económica em desenvolvimento na freguesia, onde se assiste ao declínio da agricultura, à medida que a população vai envelhecendo. “ São aldeias típicas, que mantêm os traços da antiguidade. Isto aliado à beleza das paisagens e ao sossego é o que mais fascina os turistas que nos procuram”, salienta o presidente da Junta de Freguesia de Montouto, Alberto Martins.

Casares é a localidade que oferece mais alojamento para os turistas, com um empreendimento composto por cinco casas classificadas de Turismo de Aldeia. Em pleno Parque Natural de Montesinho (PNM), já na fronteira com Espanha, esta aldeia preserva as histórias do contrabando, que são contadas aos visitantes mais curiosos.

As moradias que recebem os turistas reúnem todo o conforto, mas foram recuperadas de acordo com a traça original, com paredes de xisto, telhados de telha regional e no interior prevalecem as madeiras de castanho e carvalho e a cal. A decoração é simples, típica de uma aldeia transmontana, sendo utilizados móveis antigos recuperados.

Paisagens naturais e o sossego atraem turistas de diversos pontos do País e do estrangeiro

Os turistas que ficam instalados neste empreendimento aproveitam para descansar longe do stress da cidade e para conhecer os encantos da natureza, através da participação em passeios pedestres e de BTT.

De acordo com os dados disponibilizados pelo responsável das casas, as cinco habitações receberam, durante o ano de 2007, 1054 hóspedes, 874 dos quais nacionais e 180 estrangeiros, na sua maioria espanhóis. Os meses em que a taxa de ocupação é mais elevada é Agosto (332 pessoas), Dezembro (172 pessoas) e Fevereiro (112 pessoas).Já a sede de freguesia disponibiliza um complexo de três casas em xisto, que mantêm a traça antiga, propriedade do PNM. “Desde que temos este espaço, a aldeia tem recebido muita gente. Nota-se mais movimento nas ruas e convivo com os habitantes de Montouto”, afirma Alberto Martins.

Aqui há preocupação em manter as tradições, como é o caso de cozer o pão nos tradicionais fornos de lenha. Por isso, a Junta de Freguesia investiu 35 mil euros na aquisição e recuperação de uma casa em ruínas, que foi transformada num forno comunitário.


in http://www.jornalnordeste.com/index.asp?idEdicao=261&id=11497&idSeccao=2383&Action=noticia

Vinte e Sete com duas co-produções nacionais - festival de cinema Trás-os-Montes e Alto Douro

Começa hoje, dia 27, o Festival Internacional de Teatro – Vinte e Sete com dois espectáculos a acontecer em Vila Real e Bragança para celebrar o Dia Mundial do Teatro.

A quinta edição do Festival inclui 14 produções teatrais de diferentes géneros, num total de 21 sessões, a desenrolar-se nos palcos do Teatro de Vila Real, do Teatro Municipal de Bragança e do Centro Cultural de Chaves. Este ano, o Festival 27 merece destaque pelas duas co-produções com as companhias Visões Úteis e do Teatro da Garagem. “É um contributo que revela que o Interior do País está em condições infraestruturais e de massa crítica para ser actor no panorama da produção artística. Não precisamos de ser apenas acolhedores de produções externas ou locais, podemos ser agentes activos na criação”, frisou Rui Araújo, coordenador de produção e programação do Teatro de Vila Real. As duas co-produções teatrais, “Odisseia Cabisbaixa” e “O Anzol”, implicam residências artísticas nos teatros de Bragança e de Vila Real, representando duas importantes estreias nacionais nos palcos das duas cidades. “Estas co-produções dão uma nova vida ao Teatro não só pelo envolvimento da equipa do Teatro como pelo envolvimento de 15 jovens do Teatro Estudantes de Bragança, que participam como actores neste espectáculo”, afirmou Helena Genésio, directora do Teatro Municipal de Bragança. Em cena vão estar 30 actores, sendo que metade são amadores, num espectáculo que, depois do Festival 27, irá ser apresentado no Teatro São Luiz, em Lisboa. “É uma mais valia não só para a comunidade escolar como para a dimensão do Festival, além de que é também serviço público”, salientou Helena Genésio. No âmbito do serviço educativo do Festival, está prevista a realização de dois espectáculos para os públicos escolares. Baseada numa obra de Maria Alberta Meneres, incluída no Plano Nacional de Leitura, a peça “O que Aconteceu na Terra dos Procópios” será protagonizada pela companhia de teatro Filandorra no dia 31 de Março, no Teatro de Vila Real, e a 17 de Abril, no Centro Cultural de Chaves. Para os alunos do 2º e 3º ciclos e ensino secundário, será apresentado o espectáculo “Family Matters”, uma produção da companhia ETC – English Theater Company. Vocacionado para um público heterogéneo, o Vinte e Sete pretende nesta edição alcançar os seis mil espectadores, uma vez que “Chaves tem uma nova sala com uma lotação maior [250 lugares] e permitirá aumentar a audiência das peças”, justificou Rui Araújo. Da programação complementar do Vinte e Sete fazem parte nove concertos musicais de artistas de Portugal, Espanha e Estados Unidos, seleccionados pela sua componente dramática. Além das exposições relativas ao 5º aniversário do Teatro de Vila Real, haverá lugar ainda para um workshop de representação para cinema e televisão, orientado por Marcantonio Del Carlo. Para assinalar o Dia Mundial do Livro, a 23 de Abril, está agendado o lançamento de mais um volume da colecção Poesia Portuguesa Contemporânea, “Glória e Eternidade”, da autoria de João Almeida. “António e Maria” é a peça que o Teatro da Garagem apresenta hoje, dia 27, no Teatro Municipal de Bragança pelas 21h30, enquanto Vítor Norte e João Lagarto protagonizam “Recital” que sobe ao palco do Teatro de Vila Real pelas 22h. Amanhã, dia 28, o Teatro da Garagem exibe em Bragança a peça “Bela e o Menino Jesus”. Para Vila Real, está previsto o concerto “Canções de Brel” pelo dueto Francis Seleck e Paul Timmermans.


Protagonistas da programação

Com um orçamento de 60 mil euros, o formato do Festival 27 foi desenhado para abranger “todo o tipo de espectadores para que possam encontrar um momento durante o mês em que lhe apeteça vir ao Festival”, explicou Rui Araújo. Para o efeito, as propostas fazem uma digressão pela criação contemporânea portuguesa, do Alentejo a Trás-os-Montes. O Festival conta ainda com a presença de companhias de teatro provenientes de Espanha, da Polónia e da Inglaterra. A nova peça do Centro Dramático Galego, uma unidade de produção teatral adstrita à Junta da Galiza, apresenta “As Dunas”, um dos destaques do Vinte e Sete. Trata-se de “um cabaré sobre o paraíso perdido, uma peça com consciência política e ecológica, bastante satírica”, revelou Rui Araújo. Escrito e dirigido por dois dos maiores nomes do teatro galego, Manuel Lorenzo e Quico Cadaval, o espectáculo sobe ao palco a 8 de Abril, em Vila Real. A companhia que vem da Polónia protagoniza a peça “Lolita Dolly” em Chaves e Bragança, nos dias 23 e 24 de Abril, respectivamente. “A verdadeira treta”, de José Pedro Gomes e António Feio, é o espectáculo dirigido ao grande público, que terá lugar nos dias 17 e 18 do próximo mês, nos teatros de Vila Real e Bragança, respectivamente. Na conferência de imprensa de apresentação do Vinte e Sete, Rui Araújo sublinhou que a realização deste Festival permite “circular espectáculos pelos palcos da região e, com isso, economizar algum dinheiro, dar um impacto diferente ao festival e estabelecer uma comunicação com os potenciais espectadores de toda a região, de cada uma das cidades envolvidas e também a nível nacional”. Na próxima edição do Vinte e Sete poderá ser alargado a outras cidades, nomeadamente do outro lado da fronteira.
in http://www.mensageironoticias.pt/noticia/1531
Os pequenos aglomerados rurais, sobretudo os das áreas montanhosas do interior português, continuam fora da agenda política nacional, tendo poucas oportunidades de subsistência num mundo globalizado. Em Portugal, mais de metade do território continental é considerado como rural de baixa densidade (Oliveira Baptista, 2006).

Em 1949 a vitalidade dos povoados e o rigoroso uso agrícola da terra, aproveitando o relevo e as características físicas eram o traço dominante (Orlando Ribeiro, 1982). Quatro décadas depois, Castro Caldas (1989) afirmava “o que ficou na serra foi a urze, ou melhor, a torga” e acrescentava: “abandonaram-na e até agora nenhum voltou, emigrante afortunado, a construir na serra o triunfo da casa nova”. Na mesma data, Cravidão (1989) detectava um movimento de expansão de residências secundárias naquele território e 14 anos mais tarde, Dinis e Malta (2003) concluíam pela existência de um novo território rural, povoado por residentes novos, sobretudo estrangeiros, e também sazonalmente pelos utentes das segundas residências. No entanto estas últimas transformações não são ainda, ao contrário das anteriores, frequentes na maior parte das áreas rurais nacionais.

É um Portugal fora do mapa dos grandes investimentos, que se focalizam essencialmente no litoral, não obstante existirem alguns pólos mais vivos em virtude de esforços assinaláveis que procuram contrariar a tendência geral. Esforços que podem lançar pistas valiosas para ultrapassar muitas das dificuldades do espaço rural português.

A política recente da UE apostando numa lógica espacial e social (rural), em detrimento da sectorial (agrícola), enfatiza “o reforço da capacidade de auto-sustentação das áreas rurais, através de ‘capacity building’, de ‘iniciativas de base comunitária’ e de ‘redes de cooperação’” (Shortall 2004: 109).

A aposta política para as áreas rurais mais ‘remotas’ consistirá na capacitação da sua capacidade de auto-sustentação, construíndo e fortalecendo competências locais, apoiando iniciativas comunitárias e estabelecendo redes de cooperação.

Todos os instrumentos possíveis e imaginários deverão ser utilizados para promover o desenvolvimento local, de modo a ’repor o rural profundo no mapa’.

terça-feira, 10 de março de 2009

Conferência: Territórios de Baixa Densidade em Tempos de Mudança

Territórios de Baixa Densidade em Tempos de Mudança
O Centro Ciência Viva da Floresta recebe nos dias 20 e 21 de Março a Conferência: Territórios de Baixa Densidade em Tempos de Mudança.

Programa:
20 de Março, Sexta-Feira

10h00AberturaMinistro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Dr. Jaime Silva (a confirmar)Presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, Eng. João Paulo Catarino

10h30I. Territórios de Baixa Densidade: Olhares Prospectivos
Moderação: Fernando Oliveira Baptista (Instituto Superior de Agronomia - Universidade Técnica de Lisboa)
Eladio Arnalde (Universidade Politécnica de Valência) - A Questão Rural na Penínsila Ibérica
Fernando Delgado(Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro) - Beira Interior: os caminhos do desenvolvimento rural
Carminda Cavaco(Centro de Estudos Geográficos - Universidade de Lisboa) - O Rural como Espaço de Vida

15h00II. Floresta, Ambiente e Desenvolvimento Rural
Moderação: José Manuel Lima Santos (Instituto Superior de Agronomia - Universidade Técnica de Lisboa)
João Bento (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) - Os Baldios e o Desenvolvimento Rural
Elisabete Figueiredo (Universidade de Aveiro) - Ser Rural ou Parecer Rural? Representações rurais e urbanas do ambiente, do desenvolvimento e da ruralidade
Teresa Pinto Correia (Universidade de Évora) - Avaliação do Potencial Multifuncional da Paisagem Rural: preferências expressas pelos utilizadores

17h00III. Iniciativas e Empresas em Espaço Rural
Moderação: Teresa Mendes (IPN - Universidade de Coimbra)
Luís Moreno(Centro de Estudos Geográficos - Universidade de Lisboa) - Empreendedorismo e Promoção Territorial das Áreas Rurais
Miguel Torres (ACERT - ANIMAR) - Cultura e Empreendedorismo em Espaço Rural
Raluca Vieira (Mestranda da Faculdade de Economia - Universidade de Coimbra) - Os Projectos Empresariais dos Jovens do Interior
Pedro Hespanha (Faculdade de Economia - Universidade de Coimbra) - Os Perfis Atípicos dos Microempreendedores


21 de Março, Sábado
09h30IV. Património, Identidade e Desenvolvimento Rural
Moderador: Rui Jacinto (CCDRC, Instituto Estudos Geográficos - Universidade de Coimbra)
Paulo Ferreira da Costa (Instituto dos Museus e da Conservação) - Património, Identidade e Desenvolvimento Rural
Paulo Longo (Centro Cultural Raiano) - Tradição, Memória, Competitividade: qualificar o territórios, recentrar as periferias. O caso da Idanha
- Carlos Figueiredo (Arquitecto) - Arquitectura e(m) Espaço Rural: O Tempo e o Modo
Lucília Salgado (Escola Superior de Educação de Coimbra) - Recursos Locais e Novas Actividades em Meio Rural: aprendizagem, inovação e mudança
Jaime Ferreira (Universidade de Coimbra - Faculdade de Economia) - Bloqueios da Modernidade e Desafios do Século XXI no Espaço Rural do Interior
Fernando Paulouro (Director do Jornal do Fundão) - Memória e Reconstrução da Identidade Rural

15h00Percurso pelo Concelho de Proença-a-Nova Inscrição Online
Inscrições até 18 de Março, limitadas à capacidade do auditório