sexta-feira, 27 de março de 2009

Vinte e Sete com duas co-produções nacionais - festival de cinema Trás-os-Montes e Alto Douro

Começa hoje, dia 27, o Festival Internacional de Teatro – Vinte e Sete com dois espectáculos a acontecer em Vila Real e Bragança para celebrar o Dia Mundial do Teatro.

A quinta edição do Festival inclui 14 produções teatrais de diferentes géneros, num total de 21 sessões, a desenrolar-se nos palcos do Teatro de Vila Real, do Teatro Municipal de Bragança e do Centro Cultural de Chaves. Este ano, o Festival 27 merece destaque pelas duas co-produções com as companhias Visões Úteis e do Teatro da Garagem. “É um contributo que revela que o Interior do País está em condições infraestruturais e de massa crítica para ser actor no panorama da produção artística. Não precisamos de ser apenas acolhedores de produções externas ou locais, podemos ser agentes activos na criação”, frisou Rui Araújo, coordenador de produção e programação do Teatro de Vila Real. As duas co-produções teatrais, “Odisseia Cabisbaixa” e “O Anzol”, implicam residências artísticas nos teatros de Bragança e de Vila Real, representando duas importantes estreias nacionais nos palcos das duas cidades. “Estas co-produções dão uma nova vida ao Teatro não só pelo envolvimento da equipa do Teatro como pelo envolvimento de 15 jovens do Teatro Estudantes de Bragança, que participam como actores neste espectáculo”, afirmou Helena Genésio, directora do Teatro Municipal de Bragança. Em cena vão estar 30 actores, sendo que metade são amadores, num espectáculo que, depois do Festival 27, irá ser apresentado no Teatro São Luiz, em Lisboa. “É uma mais valia não só para a comunidade escolar como para a dimensão do Festival, além de que é também serviço público”, salientou Helena Genésio. No âmbito do serviço educativo do Festival, está prevista a realização de dois espectáculos para os públicos escolares. Baseada numa obra de Maria Alberta Meneres, incluída no Plano Nacional de Leitura, a peça “O que Aconteceu na Terra dos Procópios” será protagonizada pela companhia de teatro Filandorra no dia 31 de Março, no Teatro de Vila Real, e a 17 de Abril, no Centro Cultural de Chaves. Para os alunos do 2º e 3º ciclos e ensino secundário, será apresentado o espectáculo “Family Matters”, uma produção da companhia ETC – English Theater Company. Vocacionado para um público heterogéneo, o Vinte e Sete pretende nesta edição alcançar os seis mil espectadores, uma vez que “Chaves tem uma nova sala com uma lotação maior [250 lugares] e permitirá aumentar a audiência das peças”, justificou Rui Araújo. Da programação complementar do Vinte e Sete fazem parte nove concertos musicais de artistas de Portugal, Espanha e Estados Unidos, seleccionados pela sua componente dramática. Além das exposições relativas ao 5º aniversário do Teatro de Vila Real, haverá lugar ainda para um workshop de representação para cinema e televisão, orientado por Marcantonio Del Carlo. Para assinalar o Dia Mundial do Livro, a 23 de Abril, está agendado o lançamento de mais um volume da colecção Poesia Portuguesa Contemporânea, “Glória e Eternidade”, da autoria de João Almeida. “António e Maria” é a peça que o Teatro da Garagem apresenta hoje, dia 27, no Teatro Municipal de Bragança pelas 21h30, enquanto Vítor Norte e João Lagarto protagonizam “Recital” que sobe ao palco do Teatro de Vila Real pelas 22h. Amanhã, dia 28, o Teatro da Garagem exibe em Bragança a peça “Bela e o Menino Jesus”. Para Vila Real, está previsto o concerto “Canções de Brel” pelo dueto Francis Seleck e Paul Timmermans.


Protagonistas da programação

Com um orçamento de 60 mil euros, o formato do Festival 27 foi desenhado para abranger “todo o tipo de espectadores para que possam encontrar um momento durante o mês em que lhe apeteça vir ao Festival”, explicou Rui Araújo. Para o efeito, as propostas fazem uma digressão pela criação contemporânea portuguesa, do Alentejo a Trás-os-Montes. O Festival conta ainda com a presença de companhias de teatro provenientes de Espanha, da Polónia e da Inglaterra. A nova peça do Centro Dramático Galego, uma unidade de produção teatral adstrita à Junta da Galiza, apresenta “As Dunas”, um dos destaques do Vinte e Sete. Trata-se de “um cabaré sobre o paraíso perdido, uma peça com consciência política e ecológica, bastante satírica”, revelou Rui Araújo. Escrito e dirigido por dois dos maiores nomes do teatro galego, Manuel Lorenzo e Quico Cadaval, o espectáculo sobe ao palco a 8 de Abril, em Vila Real. A companhia que vem da Polónia protagoniza a peça “Lolita Dolly” em Chaves e Bragança, nos dias 23 e 24 de Abril, respectivamente. “A verdadeira treta”, de José Pedro Gomes e António Feio, é o espectáculo dirigido ao grande público, que terá lugar nos dias 17 e 18 do próximo mês, nos teatros de Vila Real e Bragança, respectivamente. Na conferência de imprensa de apresentação do Vinte e Sete, Rui Araújo sublinhou que a realização deste Festival permite “circular espectáculos pelos palcos da região e, com isso, economizar algum dinheiro, dar um impacto diferente ao festival e estabelecer uma comunicação com os potenciais espectadores de toda a região, de cada uma das cidades envolvidas e também a nível nacional”. Na próxima edição do Vinte e Sete poderá ser alargado a outras cidades, nomeadamente do outro lado da fronteira.
in http://www.mensageironoticias.pt/noticia/1531

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